Touros de morte: GNR identifica membros da comissão de festas de Monsaraz

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14.09.08 – 10.45h

A GNR identificou os elementos da comissão de festas de Monsaraz, onde um touro foi ontem abatido ilegalmente no final de uma novilhada popular, e apreendeu a carcaça do animal, disse à agência Lusa fonte daquela força de segurança.

    As autoridades estão também a envidar esforços para identificar o autor material da morte do animal, adiantou a mesma fonte.

    A GNR, segundo a fonte, procedeu também à identificação de outras pessoas que colaboravam com a comissão de festas e trabalhavam no local, como os vendedores de bilhetes.

    A GNR vai levantar um auto de contra-ordenação por abate ilegal, que será enviado ao Governo Civil de Évora.

    O touro foi ontem abatido ilegalmente na vila medieval de Monsaraz, concelho de Reguengos de Monsaraz, no final de uma novilhada popular, cumprindo uma tradição reivindicada pela população local.

    O golpe fatal foi desferido cerca das 19:45, depois de o touro ter sido laçado e preso ao muro da arena, na antiga praça de armas do castelo de Monsaraz.

    O abate do touro não foi presenciado pela assistência que enchia o castelo, por o animal ter sido coberto com um pano negro.

    Apesar de o abate ser ilegal, por não lhe ter sido reconhecido o carácter de excepção previsto na legislação, a população de Monsaraz cumpriu a promessa de manter a tradição que reivindica de matar um touro no final da novilhada.

    O touro foi abatido apesar de a autorização excepcional para o espectáculo com touro de morte, proibido por lei, ter sido recusada, pelo sétimo ano consecutivo, pela Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC).

    A novilhada com touro de morte, o último lidado, faz parte do programa das festas em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, em Monsaraz, que se realizam anualmente no segundo fim-de-semana de Setembro.

    Segundo a tradição reivindicada pela população e autarquias locais, o espectáculo taurino – de carácter amador e popular e que termina com a morte ritualizada do touro no final da lide – realiza-se desde 1877, de forma ininterrupta.

   

    MLM.

    Lusa/Tudoben

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