Retratos romanos inauguram exposições temporárias do Museu de Évora

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O Museu de Évora, que prevê reabrir na totalidade em 2009, já programou 12 exposições para os próximos três anos, começando a 20 de Outubro com uma mostra de retratos romanos, do Museu de Mérida (Espanha).

    “Creio que será uma das melhores exposições de arte romana que já se fez em Portugal, até porque o Museu de Mérida, fora da península itálica, tem das maiores colecções do mundo de escultura romana ligada à problemática do retrato”, assegurou hoje à agência Lusa Joaquim Oliveira Caetano, director do Museu de Évora.

    Das várias exposições, o mesmo responsável “levantou” também o “véu” sobre a atenção que vai ser dada às colecções detidas por particulares, uma área “pouco apresentada ao público”.

    “Vamos expor algumas colecção particulares bastante importantes e que o público, habitualmente, não pode ver”, afiançou, adiantando que uma delas, de armas orientais, pertence a um coleccionador de Évora.

    Segundo Joaquim Oliveira Caetano, trata-se de uma exposição que “vai ser uma grande surpresa para toda a gente”, com uma “assombrosa colecção de armas orientais que são autênticas peças de joalharia”.

    Outra das mostras programadas será dedicada à ourivesaria portuguesa, com três núcleos em simultâneo, patentes em Évora, Lisboa e Porto.

    “São, no fundo, três exposições que vão traçar a história da joalharia portuguesa, desde a idade média até ao renascimento do barroco e, depois, à contemporaneidade”, adiantou o director.

    A escultura africana, em parceria com os municípios de Lisboa e de Faro, será a temática de outra exposição, tencionando também o Museu de Évora, em conjunto com a Fundação António Prates, de Ponte de Sôr, apresentar uma retrospectiva de um artista de Évora “desaparecido ainda muito novo”, José de Carvalho.

    Um dos caminhos a seguir pelo museu, depois da reabertura, assenta nas parcerias com outras instituições, para “dividir custos e maximizar o impacto” das exposições e investigações, na busca de “um trabalho de maior qualidade”.

    O “salto” que o Museu de Évora “precisa de dar”, de acordo com Joaquim Oliveira Caetano, passa por “encontrar um ou mais parceiros ao nível do mecenato”, para que, “nos próximos anos, se possa ascender a outros voos”.

    “Na generalidade, as empresas não estão muito voltadas para o mecenato e as que estão são as de maior dimensão, que ficam em Lisboa ou no Porto. No próximo ano, um dos nossos objectivos será tentar conquistar mecenas para apoiarem estas exposições, que são de excelente qualidade e mesmo inéditas, nacional e internacionalmente”, disse.

    A criação do Museu de Évora deveu-se ao governo da I República, em 1915, embora só 14 anos depois tivesse sido instalado definitivamente no actual imóvel, a “dois passos” do Templo Romano.

    O núcleo principal do acervo do museu é composto por objectos da colecção de Frei Manuel do Cenáculo, antigo arcebispo de Évora.

    Pintura, arqueologia, escultura, ourivesaria, azulejaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália (objectos curiosos da natureza) são algumas das áreas representadas nas colecções da instituição.

   

    RRL.

    Lusa/Tudoben

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