A peça “Homo Sacer”, do Teatro D. Maria II, vai ser levado a palco no próximo dia 1 de dezembro, pelas 21h30, no Cine-Teatro Municipal de Elvas.

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A peça “Homo Sacer”, do Teatro D. Maria II, vai ser levado a palco no próximo dia 1 de dezembro, pelas 21h30, no Cine-Teatro Municipal de Elvas.
A representação, integrada na programação do evento Odisseia Nacional, que percorre as salas do país, “tem a sua génese na lei romana para designar aquele/a que nunca teve ou deixou de ter identidade e, desta forma, entrega o seu fatum [destino] aos deuses. São rostos de esquecimento que se derretem no meio de nós, corpos espetrais, potência de quem está, mas é invisível”.
Assim, tendo “como referência o livro Homo Sacer e os ciganos, de Roswitha Scholz, esta criação procura, sob uma perspetiva ao mesmo tempo antropológica e política, refletir sobre o anticiganismo. Percorre, assim, a historiografia do povo cigano no Ocidente, explorando eventos traumáticos, como a perseguição sofrida durante a era industrial protocapitalista ou o genocídio nazi, e desemboca nos crescentes populismos contemporâneos. Sem incorrer em moralismos ou idealizações, Homo Sacer reconstrói a(s) História(s) que se encontra(m) em olvido. Um projeto onde participa a ativista e atriz Maria Gil que, numa relação de equilíbrio, dialoga com a estrutura artística Bestiário”.
Para as escolas do concelho, para o 3º ciclo, a 30 de novembro, no Cine-Teatro Municipal, há “Laboratório Teatral — Manual para uma manife”, um laboratório em três partes, coordenado pelo Bestiário e com a participação de formadores e oradores convidados.
A primeira parte – ‘Manual para uma manife’ – é uma conferência performática sobre a história da diáspora cigana e o Porajmos (Holocausto) que as diversas comunidades sofreram durante a Segunda Guerra Mundial, fazendo uma analogia com a perseguição e discriminação sofrida até à atualidade.
Na oficina prática intitulada ‘A performatividade nas manifes’, reflete-se sobre importância do ato de manifestar-se, dando exemplos mais recentes de alguns movimentos como o 15M ou a Primavera Árabe, pensa-se sobre nas ferramentas necessárias para organizar uma manifestação e explora-se o lado performático da mesma.
Por fim, na 3ª parte, ‘Manife’, o objetivo é pôr em prática o que foi construído na oficina e escolher um local público onde se possa convocar uma manifestação contra a discriminação que as várias comunidades ciganas sofrem.