Acidentes nas estradas fizeram 738 mortos no ano passado, menos 5% do que em 2008
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram 738 vítimas mortais no ano passado, menos cinco por cento do que em 2008, segundo dados provisórios hoje apresentados no Ministério da Administração Interna.
Os números da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que fez um balanço provisório da sinistralidade do ano passado, indicam que 738 pessoas morreram em Portugal Continental em consequência de acidentes nas estradas, menos 38 que em 2008, quando se registaram 776 vítimas mortais.
Lisboa, com 79 mortos, Setúbal (75), Santarém (74) e Porto (73) foram os distritos com mais vítimas.
Já os distritos que registaram menos mortos em 2009 foram Portalegre, com nove, seguido de Bragança, com 10.
Os dados da ANSR mostram também que no ano passado se registou uma diminuição dos feridos graves. Ao longo de 2009, ficaram gravemente feridas 2567 pessoas, menos 39 que no ano anterior.
Por sua vez, os feridos ligeiros aumentaram ligeiramente, passando de 41 327 em 2008 para 42 284 em 2009.
Segundo a ANSR, 19 pessoas morreram e 109 ficaram gravemente feridas no ano passado nos Açores, enquanto na Madeira houve 16 vítimas mortais e 101 feridos graves.
Os dados provisórios hoje apresentados não englobam o número de acidentes.
“As vítimas mortais, feridos graves e ligeiros são obtidos de um dia para o outro através do sistema de antenas e enviados pelas forças de segurança para a ANSR. Já os acidentes são difíceis de enviar com o mínimo de rigor”, justificou Paulo Marques, presidente da ANSR.
O responsável adiantou que em Março será divulgado o Relatório Nacional de Segurança Rodoviária de 2009, no qual estão incluídos todos os indicadores, nomeadamente os acidentes.
Mas Paulo Marques sustentou que a nível internacional o indicador “mais importante” é o das vítimas mortais.
Questionado sobre o eventual aumento de acidentes, o presidente da ANSR referiu que se tal aconteceu “de forma exagerada é necessário tirar as ilações”.
“Mas as políticas que têm vindo a ser implementadas têm como principal objectivo diminuir ou se possível eliminar os acidentes”, disse, acrescentando que a tendência tem sido decrescente e que desde 2000 “houve dois anos” em que os sinistros aumentaram.
O presidente da ANSR destacou igualmente que 2009 foi o “melhor ano de sempre em termos de vítimas mortais e feridos graves e o segundo melhor ano de sempre de feridos ligeiros”.
Para esta diminuição têm contribuído, segundo Paulo Marques, as melhorias das vias de comunicação, parque automóvel, fiscalização e comportamento dos condutores.
A ANSR também apresentou hoje os dados das Operações de Natal e Ano Novo realizadas pela PSP e GNR, que contabilizam, em conjunto, 27 vítimas mortais e 97 feridos graves.
Paulo Marques escusou-se a fazer uma comparação com o mesmo período do ano passado, justificando com o facto do “período não ter coincidido”.
“Não tenho presente os dados de 2008, é difícil de comparar, mas foram melhores”, afirmou, considerando que não se deve fazer “comparações” entre períodos tão pequenos.
Na cerimónia de apresentação dos dados estiveram os ministros da Administração Interna, Rui Pereira, e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça.
CMP.
Lusa/Tudoben