Aeroporto de Beja deverá começar a funcionar em Março de 2009

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O aeroporto de Beja deverá ficar concluído e começar a funcionar em Março de 2009, após um investimento de 33,1 milhões de euros, disse hoje à agência Lusa o presidente da empresa gestora da infra-estrutura aeroportuária alentejana.

    “Se não houver atrasos”, a segunda empreitada de construção deverá terminar em “meados de Março de 2009” e “até ao final” daquele mês o aeroporto “poderá estar disponível para começar a funcionar”, precisou o presidente da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB), José Queirós.

    Orçada em pouco mais de 9,5 milhões de euros, a segunda empreitada, que arrancou no início de Setembro, 10 meses após o inicialmente previsto devido a um impasse no concurso público, inclui a construção dos terminais (um de passageiros e outro de carga) e dos edifícios (de serviços, bombeiros, material de placa, portaria e inactivação de explosivos).

    A primeira empreitada, que arrancou em Abril de 2007, também sofreu atrasos e terminou em Julho deste ano, três meses após o previsto, permitiu construir a placa de estacionamento, as áreas operacionais e as estradas de ligação às pistas da Base Aérea n/o 11 (BA11), num investimento de 10 milhões de euros.

    O aeroporto, que vai ficar a cinco minutos da cidade de Beja e resulta do aproveitamento civil da BA11, tem uma estratégia direccionada, numa “primeira fase”, para a captação de “voos europeus de turismo”.

    As companhias aéreas de baixo custo (“low-cost”), que operem em mercados como os de Inglaterra, Irlanda, França ou Alemanha, entre outros países europeus, são o grande alvo, disse o presidente da EDAB.

    Em Março deste ano, José Queirós tinha adiantado à Lusa que a companhia aérea irlandesa Ryanair, uma das maiores da Europa no sector dos voos de baixo custo, poderá vir a operar a partir do aeroporto alentejano.

    “Já existe um entendimento com a Ryanair e estão criadas condições para a companhia poder vir a operar a partir do aeroporto de Beja”, reafirmou hoje José Queirós, acrescentando que “a EDAB está também em conversações com outras companhias aéreas de baixo custo interessadas em operar a partir de Beja”, como a britânica Jet2.

    Além dos passageiros, o transporte de carga e a distribuição de produtos destinados à Europa são outros dos objectivos da plataforma aeroportuária alentejana, assim como a aposta na indústria aeronáutica “como motor de desenvolvimento da região”.

    Neste sentido, tal como tinha adiantado à Lusa em Maio deste ano, José Queirós, escusando-se hoje a avançar mais pormenores, limitou-se a reafirmar que a multinacional aeronáutica AgustaWestland, fabricante dos helicópteros EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa (FAP), está interessada em instalar um centro de manutenção no aeroporto de Beja.

    “Há ainda uma empresa portuguesa, de manutenção de aviões e ligada a outros sectores da indústria aeronáutica, interessada em instalar-se no aeroporto”, disse José Queirós, escudando-se também a avançar mais pormenores.

    Segundo José Queirós, “há também várias empresas interessadas em instalar negócios no aeroporto de Beja”, nomeadamente um hotel, uma estação de aluguer de automóveis (rent-a-car), lojas, cafés e restaurantes, além de um consórcio e de uma empresa locais que querem instalar interpostos de mercadorias de frio e de carga geral.

    Questionado pela Lusa sobre a concessão do aeroporto de Beja, José Queirós limitou-se a dizer que “é uma decisão que compete ao accionista maioritário da EDAB, o Estado” e que “logicamente terá que ser tomada até à entrada em funcionamento do aeroporto”.

    Quanto a infra-estruturas próprias, disse o responsável, a EDAB vai adjudicar “nos próximos dias” a empreitada de construção da estação de tratamento de águas residuais, orçada em 850 mil euros.

    José Queiroz referiu ainda que “está concluído o fundamental das negociações” entre a EDAB e a FAP para a elaboração final dos regulamentos técnicos e económicos que irão definir a actividade operacional do aeroporto de Beja através do uso das pistas da BA11.

    “A competitividade e os custos operacionais do aeroporto de Beja, que vão ser decisivos para atrair companhias, vão depender do regulamento económico, que vai determinar as taxas que a EDAB terá que pagar à FAP pelo uso das pistas da BA11”, explicou.

    A construção do aeroporto é financiada por fundos comunitários e pelo Orçamento de Estado, através de verbas provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e contempladas no Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central de 2006 (15,9 milhões de euros), 2007 (15,1 milhões) e 2008 (2,1 milhões).

   

    LL.

    Lusa/Tudoben

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