Alcácer do Sal: Autarquia mantém expectativas positivas sobre renegociações de contratos na Herdade da Comporta – Presidente
O presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Pedro Paredes (PS), afirmou hoje que a autarquia vai acompanhar atentamente as negociações de contratos dos rendeiros da Herdade da Comporta, acreditando que a empresa não vai “mandar embora” os agricultores.
Depois de hoje ter tido um encontro com o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Serrano, o autarca de Alcácer do Sal disse à Lusa que vai manter uma “espera ativa” ao longo do processo negocial, mas manifestou expetativas positivas quanto à sua conclusão.
“Já falámos com a administração e garantem-nos que não põem os agricultores na rua. Os contratos estão a terminar e querem atualizá-los, atualizar o cadastro e não subir as rendas, mas vamos estar atentos e acompanhar com muito cuidado este assunto”, referiu, sublinhando a importância dos pequenos agricultores para a economia do concelho.
“Até agora não temos nenhuma razão para não acreditar nisso”, acrescentou.
Pedro Paredes mostrou-se satisfeito com a resposta dada hoje pelo ministro António Serrano sobre a situação, já que o governante se comprometeu a “estar atento ao problema, sobretudo à questão dos preços” do arrendamento.
A Herdade da Comporta, inserida em 12 500 hectares nos concelhos de Alcácer e Grândola e adquirida em 1955 pela família Espírito Santo, sendo uma das principais zonas de plantação de arroz, o “ex-líbris” da agricultura alcacerense.
Dos 27 mil hectares de campos de arroz do país, os de Alcácer do Sal (o segundo maior concelho português em área geográfica) representam um quinto da produção (5 500 hectares).
Segundo Pedro Paredes, o encontro de hoje serviu também para analisar outras questões que afetam os agricultores de arroz, como a necessidade de receber uma moratória sobre os pagamentos à segurança social deste ano, devido às dificuldades geradas pela crise económica.
“Houve também boas notícias em relação à taxa de recursos hídricos, com a possibilidade de a taxa da água ser reduzida, porque é para a produção, passando-se o mesmo a nível da eletricidade”, contou.
Além disso, apontou, o Governo irá reavaliar com Bruxelas a definição das plantações de arroz do município para que estas sejam consideradas zonas de maternidade de aves e os proprietários possam ser compensados financeiramente pela prática agro-ambiental.
ROC.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico. ***
Lusa/Tudoben