Aljustrel: Mineiros querem aumento de 100 euros prometido pela Pirites Alentejanas

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Os trabalhadores da Pirites Alentejanas (PA), concessionária das minas de Aljustrel (Beja), exigiram  um aumento salarial de 100 euros, alegadamente prometido pela administração para o início da retoma da extracção, iniciada há nove meses.    “A administração prometeu aumentar em 100 euros os salários dos trabalhadores quando começasse a retoma da extracção na mina e até agora nada”, disse Luís Sequeira, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM)

 

   

O sindicalista falava à agência Lusa depois do STIM ter enviado um comunicado com as reivindicações decididas pelos trabalhadores, reunidos hoje em plenário em Aljustrel.    Segundo Luís Sequeira, os trabalhadores estão “desapontados” e “exigem que a administração cumpra a promessa feita” aos funcionários que, enquanto a laboração esteve parada, se mantiveram na empresa, “como compensação pelos anos em que os salários não foram aumentados”.

 

    Por outro lado, acrescentou, a administração está também a “faltar à promessa de aproximar os salários dos trabalhadores da PA aos praticados na Somincor”, a empresa concessionária das minas de Neves Corvo, em Castro Verde, detida pelo grupo sueco/canadiano Lundin Mining, também proprietário da PA.

    O STIM, disse, vai elaborar um caderno reivindicativo para apresentar à administração da PA, no qual, entre outras questões, irá propor um aumento salarial, num valor ainda a definir, para que “os salários dos mineiros da PA se aproximem dos praticados na Somincor”.

    “Já pedimos uma reunião à administração que, até agora, ainda não deu qualquer resposta, porque, simplesmente, não tem vontade de reunir com os trabalhadores”, lamentou.

    Outra das reivindicações saídas do plenário é a de que a administração “tome medidas efectivas para erradicar as situações de emprego precário de muitos trabalhadores”, disse o sindicalista.

    Luís Sequeira denunciou que, dos “165 trabalhadores da PA, só 40 estão no quadro”, sendo que “os restantes têm vínculos precários”, existindo mesmo “alguns casos de falsos recibos verdes”.

    A Lusa tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos da administração da PA.

    Após 13 anos parada, a retoma da exploração na mina de Aljustrel foi formalizada em Maio de 2006, quando começaram os trabalhos preparatórios, que decorreram até Janeiro deste ano, altura em que começou a extracção.

    Quando o complexo estiver a funcionar em pleno, em 2009, a PA prevê a criação de 220 postos de trabalho directos e 450 indirectos, tendo o complexo uma produção anual estimada de 80 mil toneladas de zinco, 17 mil toneladas de chumbo e 1,25 milhões de onças de prata.

    A extracção mineira em Aljustrel foi suspensa em 1993 por alegada falta de viabilidade económica, provocada pela descida acentuada do preço do zinco, tendo a PA entrado em “lay-off” e mantido apenas trabalhadores para os serviços mínimos ambientais e de manutenção do complexo.

    Em 1999, o Governo encomendou estudos para aferir a viabilidade do complexo mineiro, desenvolvidos pela Eurozinc (que, entretanto, se fundiu com a sueca Lundin Mining Corporation, formando, em 2006, o grupo sueco/canadiano Lundin Mining), que acabou por comprar a PA, em Dezembro de 2001, prometendo implementar a retoma da extracção.

   

    LL.

 

    Lusa/Tudoben

 

 

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