Alqueva: Agricultores dos perímetros de rega vão pagar este ano 30% do preço da água
O ministro da Agricultura, António Serrano, anunciou hoje que os agricultores dos perímetros de rega de Alqueva vão pagar este ano 30 por cento do preço da água, aumentando progressivamente a percentagem até 2016.
O preço da água de Alqueva inclui “um incentivo incorporado muito forte”, que procura “fomentar a adesão dos agricultores a este projeto e ao regadio”, disse o governante.
António Serrano falava aos jornalistas após a inauguração do perímetro de rega do Monte Novo, no concelho de Évora, um dos três novos aproveitamentos hidroagrícolas de Alqueva, que totalizam cerca de 19 mil hectares, num investimento de 131,3 milhões de euros.
Segundo o ministro, os preços da água são em 4,2 cêntimos por metro cúbico na rede primária, 8,9 cêntimos por metro cúbico na secundária para fornecimento em alta pressão nas explorações agrícolas e 5,3 cêntimos por metro cúbico para fornecimento em baixa pressão nas explorações agrícolas.
Este ano, os agricultores pagam 30 por cento do valor da água, a fixar em despacho conjunto, percentagem que aumenta progressivamente até 2016, ano em que começa a vigorar o preço a 100 por cento.
“Se começássemos com um preço mais alto a adesão era muito lenta e a projeção que fizemos foi, se o preço baixar como decidimos fazê-lo, a adesão é maior”, afirmou António Serrano, explicando que “o diferencial de preço é compensado por uma maior adesão de agricultores”.
De acordo com o responsável pela pasta da agricultura, a taxa média de utilização de regadio em Portugal é de cerca de 40 por cento, sendo que, no perímetro de rega do Monte Novo, “já chegou aos 33 por cento”.
“Estamos a apostar num preço mais baixo para termos mais agricultores, de forma a atingir taxas de adesão muito superiores a 50 por cento nos próximos anos, logo que seja concluído o empreendimento”, adiantou.
Segundo António Serrano, o preço da água, depois de “comparado com outras regiões da Europa”, verificou-se que “é muito mais baixo do que em qualquer região espanhola, nomeadamente nas áreas de fronteira com Portugal”, o que “permitirá trazer mais investidores estrangeiros”.
Por outro lado, acrescentou, permite também aos agricultores da região “fazer contas de exploração e pensar que, com este preço, é viável fazer outro tipo de culturas e fazer projeções que lhes permita pensar que é possível mudar de prática agrícola”.
Sobre a gestão dos perímetros de rega de Alqueva, o governante explicou que esta vai ser feita pelas associações de regantes, em parceria com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA)”, porque “não faz sentido duplicar recursos”.
“As associações de regantes gerem os perímetros com o apoio técnico da EDIA, porque é uma entidade que tem capacidade e ‘now how’ para prestar diretamente esse apoio aos agricultores”, afirmou.
Após inaugurar o perímetro de rega do Monte Novo, o ministro da Agricultura seguiu para o distrito de Beja, onde inaugura as novas zonas de regadio de Alvito/Pisão e Pisão.
SYM/MLM.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben