Alta Velocidade: Questão das bitolas é “um falso problema”

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tgvO ministro das Obras Públicas classificou ontem como um “falso problema” a polémica em torno das diferentes bitolas, europeia e ibérica, das linhas ferroviárias de Alta Velocidade que estão a ser construídas entre Portugal e Espanha.

O ministro António Mendonça respondia assim a questões levantadas pelo deputado social-democrata Jorge Costa quanto à construção de uma ligação ferroviária entre o Poceirão e Caia em bitola (distância entre carris) europeia e outra entre Évora e Caia em bitola ibérica.

“Esta linha [Évora – Caia] está preparada para conversão para bitola europeia. Faremos essa migração logo que for possível”, disse António Mendonça perante os deputados da comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

“As linhas de alta velocidade são todas em bitola europeia, mas têm de ser articuladas e integradas nas redes”, disse o ministro.

“Não vamos fazer linha em bitola europeia até à fronteira e depois do outro lado os espanhóis ainda têm bitola ibérica”, disse o ministro.

“Temos de o fazer de forma integrada”, explicou o ministro, acrescentando que “este é um falso problema”.

O deputado Jorge Costa (PSD) referia a polémica em torno do troço Poceirão-Caia, que tem uma linha mista (passageiros e carga) e que será em bitola europeia, e um troço paralelo entre Évora e Caia, específico para mercadorias, que será em bitola ibérica e que vai ligar à linha espanhola.

O secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, também deu explicações adicionais, afirmando que a integração terá de ser feito de acordo com o plano de modernização das linhas espanholas, que deverá demorar entre 25 e 30 anos.

As dúvidas do PSD quanto à Alta Velocidade e às opções do Governo levaram o grupo parlamentar social-democrata a requerer a presença em sede de comissão de Manuel Moura, ex-responsável pelo projecto da Alta Velocidade.

De acordo com o PSD, Manuel Moura classificou recentemente o projecto da Alta Velocidade português como “um erro histórico”.

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Lusa/Fim

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