Ambiente: Projecto desafia população de Castro Verde a transformar resíduos orgânicos em adubo

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castro_verdeCastro Verde, Beja, (Lusa) – A Câmara de Castro Verde e a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) querem reduzir a deposição de resíduos orgânicos em aterro e vão desafiar a população a fazer compostagem doméstica para transformá-los em adubo.

Através do projecto “Orgânica Verde”, que vai ser lançado sábado, pretende-se “promover e incentivar a compostagem doméstica” em Castro Verde com o objectivo de “reduzir a deposição de resíduos orgânicos em aterro”, disse hoje à agência Lusa Cátia Godinho, da LPN.

Sob o lema “Tornar Castro Verde mais verde”, os parceiros do projecto vão “desafiar” os habitantes do concelho a “fazerem recolha selectiva e reciclagem doméstica de resíduos orgânicos”, através de compostagem, explicou.

O processo biológico da compostagem, através da acção de microrganismos, permite transformar resíduos orgânicos biodegradáveis, como restos de vegetais crus ou resíduos verdes (aparas de relva, flores, folhas e pequenos ramos), num produto conhecido por composto que pode ser usado como adubo para fertilizar terras.

Para “criar as bases, em termos de infra-estruturas e de conhecimentos e hábitos dos munícipes, que permitam reduzir a deposição dos resíduos orgânicos em aterro”, os parceiros vão dar formação e distribuir compositores domésticos aos interessados em fazer compostagem.

Após a apresentação do projecto, sábado à tarde, na Praça da República de Castro Verde, vão ser abertas as inscrições e os aderentes irão depois frequentar um workshop para “adquirirem as bases necessárias para fazerem compostagem”, referiu Cátia Godinho.

Posteriormente, os aderentes vão receber um compostor doméstico, um guia de boas práticas e um pequeno balde para colocarem na cozinha e que servirá para depositarem os resíduos orgânicos que irão ser reciclados através da compostagem.

Na fase inicial do projecto, que irá durar até Dezembro de 2010, a Câmara e a LPN dispõe de 100 compostores domésticos para distribuir junto da população e de 15 para instalar nas escolas do concelho, do pré-escolar ao secundário e nas quais irão decorrer acções de sensibilização sobre compostagem durante este ano lectivo.

A Câmara e a LPN prevêem também instalar cinco compostores comunitários em zonas do concelho onde residam interessados em aderir ao projecto mas que não disponham de espaços, como jardins ou quintais, onde possam colocar um compostor doméstico individual, disse Cátia Godinho.

“Se a adesão for muito grande”, os parceiros, admitiu, “terão todo o prazer em prolongar” o projecto, cuja primeira fase, orçada em 82 mil euros, é co-financiado pelo fundo EeaGrants e pela Câmara de Castro Verde.

Depois da sessão de apresentação do projecto, será inaugurada a Unidade Municipal de Compostagem de Resíduos Verdes de Castro Verde, “pioneira a nível municipal”, afirmou Cátia Godinho.

Através da unidade, “equipada com uma máquina especial para remover composto e oito pilhas, cada uma com capacidade para compostar 45 metros cúbicos de resíduos orgânicos”, a Câmara vai reciclar e transformar em adubo os resíduos verdes provenientes do tratamento e da manutenção de jardins e espaços verdes públicos e privados do concelho.

LL.

Lusa/Fim

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