Área para depositar resíduos da exploração abre quinta-feira em Borba
A primeira das quatro áreas para deposição de resíduos provenientes da exploração de mármores, previstas para o Alentejo, começa a funcionar quinta-feira em Borba (Évora), foi hoje divulgado.
A Área de Deposição Comum (ADC) de Borba constitui a primeira plataforma logística para a recepção, armazenagem e valorização de todas as tipologias de resíduos e subprodutos provenientes da exploração dos mármores.
A coordenadora da empresa EDC Mármores, Célia Marques, explicou hoje à agência Lusa que ADC de Borba é a primeira das quatro previstas para a zona dos mármores alentejanos, devendo ser criadas mais duas em Vila Viçosa e uma em Estremoz.
De acordo com Célia Marques, a ADC de Borba e as quatro vias de acesso que foram construídas pelo município local envolveram um investimento de 5,6 milhões de euros, que contou com financiamento ao abrigo do Programa Operacional Regional do Alentejo (PORA), com fundos do Estado português e da União Europeia.
A ADC e as vias de acesso, segundo a responsável, “são projectos fundamentais para o desenvolvimento do sector das rochas ornamentais.
A construção da ADC, junto à zona industrial do Alto dos Bacelos, cuja primeira fase envolve uma área de 20,8 hectares, resultou de um projecto da empresa EDC Mármores- Empresa Gestora das Áreas de Deposição Comum dos Mármores, S.A, numa parceria público-privada.
O corpo accionista da EDC-Mármores é composto pelos municípios de Borba, Vila Viçosa, Estremoz e Alandroal, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e Assimagra-Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins.
Segundo a empresa, a valorização económica dos subprodutos será, na sua maioria, através de uma central de britagem instalada no centro do terreno com vista à produção de inertes.
A diversificação da aplicação dos subprodutos da valorização dos resíduos deverá ser estudada, seleccionando sectores de actividade preferenciais e desenvolvendo acções que promovam novas aplicações.
Os excedentários de que não se preveja qualquer aproveitamento serão depositados em áreas destinadas a esse fim, devidamente acondicionados, protegidos e ordenados de forma a proporcionar futuras utilizações, o arranjo e modelação do terreno ou outras soluções de integração paisagística.
A gestão da ADC vai garantir que as práticas de deposição e reutilização sejam realizadas de forma organizada, com o menor impacte ambiental possível e sempre orientadas para o aproveitamento dos materiais.
A inauguração da ADC de Borba está marcada para as 15:00 de quinta-feira, estando prevista a presença do ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia.
Também na quinta-feira começa em Vila Viçosa a quinta edição da Feira do Mármore do Alentejo (FIMAL), certame que conta com a presença de 50 expositores e que pretende, segundo o presidente do município local, Manuel Condenado, procurar “reanimar” um sector que atravessa “dificuldades”.
A FIMAL, organizada pela Câmara Municipal de Vila Viçosa, decorre até domingo para promover a zona dos mármores alentejanos, sobretudo a actividade no concelho de Vila Viçosa.
No âmbito da FIMAL, decorre sexta-feira e sábado a sétima edição do Congresso Internacional da Pedra Natural, que integra três temas em discussão: “Mármore, Ambiente e Ordenamento do Território”, “Pedra Natural: Para Uma Actividade Sustentada” e “A Pedra na Arquitectura”.
O III Simpósio de Escultura que começou dia 18 e que decorre até sábado, junto ao Museu do Mármore, com a participação de seis escultores, quatro portugueses e dois espanhóis, constitui outra das componentes do programa do evento.
O sector dos mármores é a principal actividade económica dos concelhos alentejanos de Vila Viçosa, Borba e Estremoz, com exportações para os quatro cantos do mundo.
TCA.
Lusa/Tudoben