Arquitectura: Dois projectos nacionais premiados entre 400 obras ibéricas
Duas obras arquitectónicas portuguesas, o Laboratório Químico do Museu das Ciências, Coimbra, e o Mercado Público da Comenda, Alentejo, foram ontem premiadas ‘ex aequo’ na IV edição dos Prémios de Arquitectura Ascensores Enor.
A cerimónia de entrega dos Prémios de Arquitectura Ascensores Enor decorreu ontem em Vigo.
De acordo com o júri da iniciativa, na base da escolha do projecto de remodelação do Laboratório Químico, em Coimbra – dos arquitectos João Mendes Ribeiro, Carlos Antunes e Désirée Pedro – esteve “a sensibilidade na relação com a pré-existência, o que permite gerar uma arquitectura carregada de emoções e com um cuidado extraordinário”.
Já a concepção do Mercado Público da Comenda – da responsabilidade de Telmo Cruz, Maximina Almeida e Pedro Soares – foi premiada devido ao “cuidado na sua relação com o espaço urbano e à criação de um espaço público que vem qualificar este ambiente”.
No total, foram 400 as obras ibéricas que estiveram a concurso, das quais apenas 38 chegaram à fase final, sendo 11 de arquitectos portugueses e 27 de origem espanhola.
O júri do prémio foi composto por sete elementos, tendo estado neste elenco o arquitecto português João Álvaro Rocha.
Os dois projectos portugueses vencedores juntam-se assim a nomes como Eduardo Souto Moura e Francisco e Manuel Aires Mateus, já galardoados pelo Grupo Enor.
“As obras vencedoras vêm confirmar o excelente momento que a arquitectura nacional atravessa e a sua condição de referência a nível mundial”, referiu António Balsinha, Director da Enor em Portugal, após a entrega dos prémios.
A melhor obra ibérica da IV edição dos prémios de Arquitectura Ascensores Enor, foi entregue a uma dupla de arquitectos espanhóis, Víctor López Cotelo e Juan Manuel Vargas Funes, responsáveis pelo projecto de uma vivenda unifamiliar no conjunto da Antiga Fábrica de Curtidos da “Ribeira de San Lourenzo”, em Santiago de Compostela.
O prémio arquitectura jovem, entregue ao melhor projecto realizado por um arquitecto com menos de 40 anos, foi atribuído ao espanhol José María Sánchez García, pelo Centro de Técnicas de Actividades Físico-Desportivas e de Lazer.
Foram ainda distinguidas as melhores obras arquitectónicas nas regiões da Galiza (Centro de Saúde, de Enrique Rodríguez García), Castela-Leão (Museu do Pão, de Roberto Valle González) e Madrid (Centro de Saúde San Blas, de César Jiménez de Tejada Benavides e María e José María Hurtado de Mendoza Wahrolén).
Todos os projectos serão incluídos num livro, editado em português e espanhol, que vai ser distribuído gratuitamente entre os profissionais do sector, bibliotecas e centros de arte contemporânea ibéricos, assim como nas instituições de ensino de arquitectura.
“O livro é um dos grandes aliciantes do prémio, na medida em que constitui um forte promotor dos projectos e arquitectos que participam no concurso, alcançando uma tiragem de cerca de nove mil exemplares”, explicou António Balsinha, director-geral da Enor em Portugal.
Estes prémios, que desde a sua primeira edição, em 2005, e até 2007 eram anuais, são agora entregues bienalmente.
JF.
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