Azeite: Um dos maiores lagares da Península Ibérica começou hoje a funcionar em Ferreira do

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Um dos maiores lagares de azeite da Península Ibérica, que terá capacidade para produzir 7,6 mil toneladas por campanha olivícola, começou hoje a funcionar em Ferreira do Alentejo (Beja), após um investimento espanhol de 3,3 milhões de euros.

    Propriedade da empresa espanhola Bogaris, o lagar, instalado na Herdade do Sobrado, começou a laborar com um quinto da capacidade total prevista, após terminada a primeira de três fases de instalação da infra-estrutura, que implicará um investimento total de nove milhões de euros até final de 2014.

    Na próxima campanha olivícola 2008/2009, o lagar, que permitiu criar 10 postos de trabalho directos, prevê transformar oito mil toneladas de azeitonas e produzir 1,2 mil toneladas de azeite, a partir da colheita do olival da Herdade do Sobrado, disse hoje à agência Lusa a directora da divisão de agricultura da Bogaris, Laura Gomiz.

    Espalhado por 1.234 dos 1.440 hectares da herdade, o olival intensivo, plantado em 2003 e que marcou o início dos investimentos da Bogaris em Portugal, tem 353 mil oliveiras das variedades arbequina e koroneiki.

    O lagar, que quando estiver a funcionar em pleno será “um dos maiores da Península Ibérica”, frisou Laura Gomiz, inclui um pátio de recepção de azeitona, uma nave de transformação e produção e uma adega para armazenamento de azeite, todos equipados com tecnologias de ponta.

    Depois de colhidas, as azeitonas entram no lagar a partir do pátio, que dispõe de uma linha de recepção, limpeza e pesagem de azeitona, com capacidade para processar 35 toneladas por hora.

    A nave de transformação dispõe de duas linhas de extracção e produção de azeite, cada uma com capacidade para tratar 200 toneladas diárias de azeitona, e a adega é composta por 48 depósitos, cada um com capacidade para armazenar 55 toneladas de azeite.

    As segunda e terceira fases de ampliação do lagar, que prevêem a instalação de mais uma linha de recepção, limpeza e pesagem de azeitona e de duas linhas de extracção e produção de azeite, adiantou Laura Gomiz, vão decorrer “consoante as necessidades” e à medida que os outros cinco olivais que a Bogaris detém em herdades no Alentejo começarem a produzir.

    Quando estiver a funcionar em pleno, o que deverá acontecer “até final de 2014”, previu, o lagar terá capacidade para transformar 40 mil toneladas de azeitona e produzir 7,6 mil toneladas de azeite por campanha olivícola.

    Além da produção dos seis olivais da Bogaris, para “optimizar” o lagar, a Bogaris espera também receber e transformar azeitona de outros olivicultores da região, explicou Laura Gomiz.

    O lagar vai produzir “azeite de muita qualidade”, que será vendido a granel em Portugal e exportado para Espanha, Itália e Estados Unidos da América.

    A responsável admitiu ainda a hipótese de a Bogaris criar uma marca própria para comercializar o azeite engarrafado.

    Segundo Laura Gomiz, a entrada em funcionamento do lagar vem “consolidar” os investimentos que a Bogaris tem vindo a fazer, desde 2003, no sector olivícola em Portugal, através do cultivo de olival no Alentejo.

    Actualmente, a empresa possui seis olivais, num total de 3.525 hectares, em regime intensivo e superintensivo, espalhados por duas herdades em Ferreira do Alentejo, uma em Cuba e outra em Moura (Beja), uma em Santiago do Cacém (Setúbal) e outra em Avis (Portalegre).

    Desta forma, a Bogaris, que irá produzir azeite controlando todo o processo, deste o cultivo do olival à venda do azeite, pretende tornar-se, nos próximos dois anos, “um dos maiores produtores integrados de azeite virgem extra da Europa”.

   

    LL.

    Lusa/Tudoben

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