Beja: “Artistas plásticos” com paralisia cerebral mostram as suas visões artísticas do mundo

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beja2Beja, 18 Nov (Lusa) – Sete jovens e adultos “artistas plásticos” de Beja e portadores de paralisia cerebral vão expor 25 quadros de pintura com as suas visões artísticas do mundo, a partir de segunda-feira, numa galeria de arte da cidade.

A exposição “Arte Numa Perspectiva Diferente”, promovida pelo Centro de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB), estará patente ao público até 18 de Dezembro, na galeria de arte da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA).

Nesta oitava edição, a exposição, que assinala o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a 03 de Dezembro, mostra 25 quadros pintados por sete “artistas plásticos” utentes do CPCB, para o qual vão reverter as receitas da venda das obras.

Em declarações à agência Lusa, o director do CPCB, José Pires, explicou que a exposição pretende “reforçar a auto-estima” dos utentes “divulgando os seus trabalhos de expressão plástica”.

A EDIA, parceira do CPCB na iniciativa, garante que a exposição pretende “promover o sentido da inclusão” e “contribuir para uma maior interacção” entre os utentes e a sociedade.

Tal como os das edições anteriores, os quadros da exposição deste ano foram elaborados durante o último ano lectivo no ateliê de pintura do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) do CPCB.

Após algum tempo a desenvolver actividades de expressão plástica no CAO, José Pires, também professor de Educação Visual e Tecnológica, um dia, ao olhar para esboços de utentes, percebeu que “tinham interesse do ponto de vista plástico”.

Desde então, José Pires, “com o objectivo de produzir trabalhos esteticamente interessantes”, apostou no ateliê de pintura e os utentes começaram a trabalhar, “estimulados” com obras de pintores contemporâneos e através de técnicas mistas e vários materiais.

“Os resultados foram extremamente interessantes”, frisou José Pires, contando que a EDIA tomou conhecimento da “qualidade” dos trabalhos dos utentes do CPCB e decidiu organizar a primeira exposição, em 2001.

“Foi um sucesso e nunca mais parámos”, lembrou José Pires, precisando que, desde então, os utentes pintam “a pensar na próxima exposição” e o CAO já se transformou num “autêntico ateliê de pintura experimentalista”.

Os utentes fazem esboços que surgem “por estimulação visual” ou “da cabeça deles” e “os mais interessantes” são depois trabalhados até à pintura final, explicou José Pires.

A mostra é inaugurada às 19:00 de segunda-feira e, a partir daí, os visitantes interessados em apreciar e adquirir alguma das obras, podem deslocar-se à galeria de arte da EDIA de segunda a sexta-feira, entre as 09:00 e as 19:00.

LL.

Lusa/Fim

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