Beja: Sindicato dos Metalúrgicos acusa empresa de “assédio moral e perseguição” a trabalhador
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas do Sul (STIMMS) acusou hoje uma empresa de Beja de “assédio moral e perseguição” a um trabalhador por exercer actividade sindical e que foi “colocado a trabalhar à chuva”.
Desde que o trabalhador, um jovem soldador de 22 anos, foi eleito dirigente sindical, em Julho de 2008, “tem vindo a ser sujeito a um feroz assédio moral e perseguição sindical por parte da empresa” de metalomecânica Manuel Pires Guerreiro (MPG), explicou hoje à agência Lusa Eduardo Florindo, da direcção do STIMMS.
Segundo o sindicalista, um dia, “um responsável” da MPG “chamou o trabalhador ao gabinete, ameaçou-o de despedimento e disse-lhe para optar entre trabalhar na empresa ou exercer a actividade sindical”.
Após a conversa, denunciou Eduardo Florindo, o trabalhador “foi colocado a trabalhar na rua, à chuva e ao frio, com uma máquina de soldar, sujeito a um acidente de trabalho”.
“Recentemente”, continuou, o soldador, que “apesar de jovem, é um dos mais qualificados da empresa”, “foi colocado a exercer funções de servente, na rua, a apanhar bocados de ferro no recinto exterior das instalações fabris da empresa”.
Trata-se de “situações de assédio moral e de uma grave violação do direito ao exercício da actividade sindical”, lamentou Eduardo Florindo, exigindo que a empresa “pare de assediar o trabalhador, que cumpra a lei e que o deixe exercer livremente a actividade sindical”.
Segundo Eduardo Florindo, o STIMMS já pediu a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e vai denunciar o caso ao Provedor de Justiça, ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e aos grupos parlamentares.
Contactado hoje pela Lusa, o responsável pela produção industrial da MPG, Manuel Bento, escusou-se a comentar as acusações e denúncias do STIMMS, referindo tratar-se de “injúrias, que não correspondem à verdade” e de situações que “desconhece de todo”.
“Este não é o primeiro conflito entre a MPG e o sindicato”, disse Eduardo Florindo, lembrando que em Outubro de 2007, a GNR, a pedido da empresa, tentou impedir um plenário realizado à porta da sede da empresa, apesar de a força de segurança ter negado as acusações, argumentando que apenas cumpriu a lei.
Em Novembro de 2007, a MPG “impediu” a realização de um outro plenário, “proibindo a entrada e dois delegados sindicais nas instalações”.
LL.
Lusa/Tudoben