Beja: Teatro Pax Julia celebra 80 anos com programação especial que arranca hoje
Um bailado da Kamu Suna Ballet Company, inspirado nas “necessidades urgentes” do planeta Terra, marca hoje o “pontapé de saída” da programação especial comemorativa dos 80 anos do Teatro Municipal Pax Julia, de Beja.
Além de “Amar a Terra”, hoje, às 21:30, a programação especial, que vai decorrer até 20 de Dezembro, inclui outros quatro espectáculos de dança, oito de música, oito de teatro e 10 sessões de cinema.
A programação especial “reflecte a diversidade e a qualidade da programação regular do Pax Julia”, desde que reabriu em Junho de 2005, após 15 anos fechado e de obras de remodelação, disse à agência Lusa o director artístico do Teatro, José Filipe Murteira.
A dança também marcará o “ponto alto” da programação, a 19 de Dezembro, dia em que o Pax Julia celebra 80 anos, com a versão da Companhia Nacional de Bailado (CNB) do clássico de Tchaikovsky “O Quebra-nozes”.
Acompanhada pelo coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, a CNB, com a versão de “O Quebra-nozes” criada pelo coreógrafo Armando Jorge, voltará ao palco do Pax Julia, no dia seguinte, para fechar a programação especial.
Os concertos de Rita Redshoes (dia 08) e do ensemble Vox Angelis “Grandes Tesouros da Ópera – O Barroco e o Clássico” (dia 15) e o espectáculo “ADUF” de José Salgueiro e José Peixoto (dia 20) são as principais ofertas musicais previstas para Novembro.
Ainda na área da música, em Dezembro, destaca-se o espectáculo multimédia dos Plástica (dia 04), com vista à produção de um DVD que será editado no próximo ano em Portugal, Espanha, Alemanha, Áustria e Suíça, e o concerto do fadista Camané (dia 06).
Quanto ao teatro, em Novembro, a oferta passará, entre outras, pelas peças “Os Filhos do Esfolador”, pelo grupo Jangada Teatro (dia 22), “As Criadas”, pela companhia Lendias D’Encantar (dos dias 12 a 14) e “A Mulher Ideal”, pelo grupo Jodicus (dia 19).
A peça de teatro musical “Gira-Mundos”, pela Nave do Tempo – Projectos Culturais (dia 03) e “Começar a Acabar”, um monólogo de João Lagarto (dia 10), são as principais ofertas de teatro programadas para Dezembro.
Construído pela extinta Sociedade Teatral Bejense, o Teatro Pax Julia abriu a 19 de Dezembro de 1928, dia em que 980 espectadores esgotaram a lotação da sala para assistir à representação de três peças da companhia de Ilda Stichini, uma das mais consagradas actrizes da época.
Desde então, apesar de 17 anos fechado, primeiro entre 1950 e 1952 e depois entre 1990 e 2005, “o Pax Julia tem sido a grande sala de espectáculos da cidade de Beja e de toda a região, por onde já passaram momentos áureos do cinema, nomes ilustres do teatro, da música e da dança”, salientou José Filipe Murteira.
Em meados da década de 90 do século XX, o Pax Julia foi adquirido pela Câmara Municipal de Beja que iniciou, em 2001, através de um programa de recuperação de teatros e cine-teatros lançado pelo Ministério da Cultura, as obras de remodelação, que terminaram em 2005.
Equipado com um auditório, com capacidade para 650 lugares, e uma sala estúdio para 143 espectadores, o remodelado teatro reabriu a 15 de Julho de 2005, com uma primeira programação experimental, e desde então funciona por temporadas, de Setembro a Julho, sob o lema “Todas as Vidas num Palco”.
LL.
Lusa/Tudoben