Beja/PSD: Paulo Rangel defende que novo aeroporto devia ser adiado
Beja – O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel defendeu ontem que o novo aeroporto de Lisboa “devia ser adiado”, porque “há alternativas” que “permitiriam poupar” o que classificou de “obra faraónica” e “aventura de endividamento”.
“É evidente que o novo aeroporto [de Lisboa] devia ser adiado”, disse Paulo Rangel, referindo “não compreender” como é que o Governo mantém a obra no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), “quando há alternativas que nos permitiriam poupar essa aventura de endividamento”.
Paulo Rangel, que disputa a presidência do PSD com Aguiar-Branco, Pedro Passos Coelho e Castanheira Barros, falava aos jornalistas durante uma ação de campanha nas imediações do aeroporto de Beja.
Para justificar a sua posição, Paulo Rangel apontou três razões, explicando que, em primeiro lugar, “o tráfego aéreo não justifica a saída” do atual aeroporto de Lisboa “da Portela”.
Em segundo lugar, continuou, “se nós acomodarmos as low-cost numa base, como, por exemplo, a do Montijo ou outra análoga, conseguimos uma boa rentabilização da Portela” e, em terceiro lugar, “temos o aeroporto de Beja para as mercadorias e que está completamente disponível e que pode ser utilizado”.
Segundo Paulo Rangel, a sua posição “não quer dizer” que o novo aeroporto de Lisboa “mais tarde não venha a ser feito” e que “não seja planeado”.
“O que eu não compreendo é o desperdício. Como é que nós temos um PEC que prevê a construção de um novo aeroporto quando temos um aeroporto [o de Beja] completamento novo e pronto a ser utilizado, com virtualidades regionais e nacionais, nomeadamente no transporte de mercadorias, que está completamente ao abandono. Isto é inaceitável”, disse.
“Se estamos numa altura de austeridade e de desperdício, não seria de adiar a construção do novo aeroporto, evitando mais endividamento externo, e de aproveitar as infraestruturas que já temos?”, questionou.
Paulo Rangel explicou que passou pela infraestrutura aeroportuária alentejana para “mostrar a falta de critério e de objetivos e a incompetência do Governo português e de José Sócrates” no investimento feito no aeroporto de Beja.
“Estamos perante um engano que foi feito às pessoas da região do Alentejo e aos cidadãos nacionais”, disse, acusando o Governo de ter feito o aeroporto de Beja “desperdiçando recursos portugueses” e de não estar “a querer aproveitá-los”.
“No entanto, vamos abalançar-nos, apesar do PEC, na construção de uma mega obra aeroportuária, de um novo aeroporto para o país, quando temos um aeroporto completamento pronto, que podia estar a ser rentabilizado e utilizado. Isto é desperdício, desgoverno, incompetência”, criticou.
Segundo Paulo Rangel, o Governo, numa altura em que está a apresentar o PEC, tem que “explicar ao país o que vai fazer ao aeroporto de Beja” e “esclarecer como é que faz um investimento desta envergadura e não está disposto a rentabilizá-lo e, pelo contrário, não prevê no PEC o adiamento ou a suspensão de outras obras”.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben