Bombeiros de Alter do Chão, Crato e Ponte Sor vivem momentos “críticos” a nível financeiro – Presidente da Federação
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre (FBDP), Simão Velez, mostrou-se hoje preocupado com a situação financeira das corporações de Alter do Chão, Crato e Ponte Sor, alegando que estão a “viver momentos críticos”.
“As corporações de bombeiros de Alter do Chão, Crato e Ponte Sor estão a viver momentos muito críticos a nível financeiro”, afirmou o responsável, em declarações à agência Lusa.
Em causa está a decisão dos centros de saúde daquela região alentejana que optaram por utilizar, nos últimos meses e na maioria dos casos, o transporte de doentes em táxis, em detrimento das ambulâncias.
Admitindo que possam existir outras corporações de bombeiros na mesma situação, Simão Velez lamentou a tomada de posição da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), entidade que tutela os centros de saúde do distrito de Portalegre.
“Todas as associações de bombeiros que estão a viver esta situação terão que fazer despedimentos nos próximos tempos. Não há dúvidas disso”, alertou.
“As verbas do transporte de doentes são verbas que entram e saem dos bombeiros. No fim do mês, com as despesas que têm em gasóleo, manutenção de viaturas, seguros e pagamentos ao pessoal, pouco sobra. O serviço de saúde não dá lucro, movimenta é a associação”, explicou.
De acordo com o responsável, as corporações de bombeiros equiparam-se nos últimos anos de uma “enorme estrutura” para dar resposta ao transporte de doentes e, nesta altura, encontram-se “às aranhas” com esta tomada de posição da ULSNA.
Simão Velez garantiu ainda que a FBDP vai continuar a acompanhar a situação, tendo já solicitado várias reuniões com os responsáveis da ULSNA.
No entanto, o presidente da FBDP, que considera esta medida “economicista”, não descarta a hipótese de avançar para outras formas de luta se a situação não for alterada.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão, José António Ferreira, em declarações à Lusa, também já admitiu a possibilidade de ocorrerem despedimentos na corporação, na sequência da diminuição de receitas com o transporte de doentes.
“Não vamos conseguir suportar por muito mais tempo este estado. Mais mês menos mês, vamos ter que começar a dispensar pessoal porque fica insuportável esta situação”, disse.
“Com um efetivo de 11 pessoas que estão adstritas a este serviço, os valores que agora recebemos dos transportes não chegam para suportar os valores dos vencimentos”, sublinhou.
Para protestar contra a diminuição de receitas com o transporte de doentes, os Bombeiros de Alter do Chão estacionaram, na última semana, as ambulâncias no centro da vila.
Contactado pela Lusa, o conselho de administração da ULSNA não quis prestar nenhum esclarecimento sobre esta matéria.
HYT.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben