Castelo de Milfontes: Autarca de Odemira está “expectante” quanto à venda e defende intervenção do Estado

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castelo_mil_fontesOdemira – O presidente da Câmara de Odemira manifestou-se  “expectante” quanto à venda do Castelo de Milfontes, o único Imóvel de Interesse Público do concelho, afirmando ter já pedido uma audiência aos serviços regionais do Ministério da Cultura.

“Já pedi uma audiência aos responsáveis da Cultura para falarmos sobre este assunto”, adiantou à agência Lusa José Alberto Guerreiro, referindo-se à Direcção Regional da Cultura do Alentejo, que ainda não agendou o encontro.

Guardião da foz do Rio Mira há mais de 400 anos, construído numa altura em que o Rei D. Filipe II queria proteger a região do ataque de corsários, o Forte de São Clemente ou, como é popularmente conhecido, o Castelo de Vila Nova Milfontes foi vendido em hasta pública em 1903, depois de perder a sua função militar.

Após ser alvo de obras de recuperação por D. Luís de Castro e Almeida, que adquiriu o imóvel em 1939, o Castelo serviu de residência, mas também de “casa de hóspedes”, actividade que manteve até há alguns meses, quando o actual proprietário decidiu colocá-lo de novo à venda.

O presidente da Câmara de Odemira, que disse estar a “acompanhar o assunto”, defende o regresso do Castelo de Milfontes ao Património Público, afirmando que “a autarquia quer ter uma palavra a dizer”, mas que “a primeira responsabilidade” nesta matéria é do Estado.

“O Estado devia fazer um esforço para o tornar novamente público”, defende José Alberto Guerreiro, lembrando a importância do Castelo de Milfontes como “monumento único” e de relevância no que diz respeito ao “enquadramento paisagístico”, “turístico” e “cultural”.

Mencionando que o valor anunciado da venda ronda os “4 milhões de euros”, José Alberto Guerreiro confessa que o número em cima da mesa “ainda é muito elevado para as capacidades actuais” da Câmara de Odemira.

O autarca diz que quer encontrar uma solução, nem que seja “em conjunto com outras entidades”, e assegurou que “é isso exactamente” que está “neste momento a tentar”, não querendo, no entanto avançar de que solução se trata, afirmando que “é prematuro dizer”.

“Neste momento posso dizer que não há venda ainda feita, que não há qualquer negócio fechado, que o preço também está ainda em cima da mesa e, portanto, o Forte de São Clemente ainda não está vendido”, frisou o presidente da autarquia, afirmando-se numa “posição expectante”.

“O imóvel é de Interesse Público”, destacou, lembrando que, “se houver algum negócio que venha a ser estabelecido com um privado, nessa altura, tem que ser dada preferência à Câmara”.

“O direito de preferência à Câmara não é dado a qualquer momento do negócio, porque isso seria também uma forma de especular preços. Quando houver de facto uma escritura marcada com um privado ou com quem for é nessa altura que se dá o direito de preferência”, esclareceu o autarca.

Desde há alguns meses que o centenário Castelo de Milfontes está à venda, entre outras “casas de luxo”, no site da imobiliária Sotheby’s International Realty.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a Directora Regional da Cultura do Alentejo, Aurora Carapinha.

AYN.

Lusa/Tudoben

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