Castro Verde/Minas: Sindicato reclama intervenção dos ministérios do Trabalho e da Economia para “resolução do conflito” em Neves-Corvo

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minasCastro Verde, Beja, 22 fev (Lusa) – O sindicato dos mineiros reclamou hoje a intervenção dos ministérios do Trabalho e da Economia para a “resolução do conflito” entre a concessionária da mina de Neves-Corvo (Castro Verde) e os trabalhadores, em greve há quase uma semana.

“A administração da Somincor mantêm-se em silêncio e não se senta à mesa com os dirigentes sindicais para encontrar uma solução. Por isso, reclamamos a intervenção dos ministérios do Trabalho e da Economia para a resolução do conflito”, disse hoje à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Jacinto Anacleto.

Segundo o sindicalista, o STIM já enviou comunicações a pedir a intervenção do ministério do Trabalho, “no sentido de pressionar a Somincor a desbloquear o conflito através de negociação”, e do ministério da Economia, “porque tutela o setor mineiro”.

A verificar-se “ausência de respostas” dos dois ministérios, o STIM irá “exigir a assunção de responsabilidades a outro nível da governação”, como ao primeiro ministro, admitiu.

Os trabalhadores da concessionária da mina de Neves-Corvo, a Somincor, começaram na passada terça-feira uma greve de duas horas diárias no início de cada turno, às 06.00, 08:00, 14:00 e 22:00, e por tempo indeterminado.

Os trabalhadores reivindicam um aumento de cem euros no subsídio de fundo, que é atribuído aos trabalhadores que trabalham no fundo da mina, “o pagamento dos 50 por cento em falta da compensação do dia de Santa Bárbara” de 2009 e “a garantia do pagamento da compensação na totalidade este ano e nos próximos anos”.

“Desde o primeiro dia, a adesão à greve tem sido acima dos 90 por cento nos turnos das 06.00, 14:00 e 22:00”, que abrangem os trabalhadores do fundo da mina, em que “o descontentamento é maior”, disse Jacinto Anacleto.

“Os trabalhadores estão determinados e não vão desarmar enquanto a administração da Somincor não negociar com o STIM uma solução”, frisou.

No turno das 08:00, que abrange os trabalhadores à superfície, só abrangidos pela reivindicação relativa à compensação do dia de Santa Bárbara, “a adesão é fraca”, disse, referindo que a greve está “a afetar a produção” da Somincor.

“Com a mina a trabalhar normalmente, as lavarias estariam a produzir entre 90 a cem toneladas de concentrado de cobre por hora, mas, atualmente, devido à greve, estão a produzir apenas entre 10 a 15 toneladas de concertado de cobre por hora”, precisou.

“Como a greve está a afetar a extração e vai faltando matéria-prima à superfície para ser tratada”, a administração da Somincor, “para manter as lavarias a funcionar, decidiu juntar ao pouco minério extraído uma quantidade substancial de outros materiais”, como minérios estéreis e escombros (lixos), denunciou Jacinto Anacleto.

“Esta atitude, reveladora do desespero da administração, poderá constituir gestão danosa”, acusou, reclamando “a intervenção das entidades competentes”.

A Lusa contactou hoje a porta-voz da Somincor, Lígia Várzea, que se escusou a comentar a reclamação e a acusação do STIM.

LL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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