Cidade Raiana recorda “Batalha das Linhas de Elvas”

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As comemorações dos 358 anos da Batalha das Linhas de Elvas foram assinaladas hoje 14 de Janeiro e feriado municipal.

A cerimónia militar presidida pelo Tenente General, António Xavier Menezes, decorreu na Praça da República e Rua da Cadeia em Elvas.

O Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, esteve também presente entre outras individualidades, civis e militares.

Na sua intervenção o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha destacou os apoios sociais atribuídos pelo Município, as obras no concelho de Elvas, o aumento de empresas na região e o concurso para admissão de mais 100 trabalhadores que brevemente irá abrir.

 

Pode ler aqui o discurso completo do Presidente da CMElvas:

Em cada Feriado Municipal, os Elvenses recordam os acontecimentos de 1659.

Lembramos, evocamos e homenageamos os heróis da Batalha das Linhas de Elvas.

A Guerra da Restauração custou a vida a milhares de portugueses e, entre eles, muitos elvenses, entre os que morreram por doença durante o cerco a que fomos sujeitos e aqueles que deixaram a sua vida no campo de batalha, para Portugal poder conservar a Independência Nacional.

Os anos que temos atravessado, nos últimos oito a dez anos em especial, não têm sido fáceis. Mas são dificuldades que não podem ser comparadas com as vividas há 358 anos.

Por isso, em cada 14 de Janeiro, os Elvenses devem ser capazes de ir buscar força, coragem e imaginação para levar por diante os desafios destes tempos.

A presença do Exército, hoje entre nós, nesta cerimónia militar e militarizada e noutras cerimónias militares já desenroladas, presta homenagem aos heróis do século XVII, mas realça a importância e monumentalidade desta Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações, que a UNESCO reconheceu com selo mundial em 2012.

Na pessoa de Vossa Excelência, senhor General, registamos e agradecemos a presença do Exército, na evocação da página mais heroica da história desta cidade.

 

Elvenses:

Este momento, tradicionalmente, coincide com um tempo de balanço da atividade da Câmara Municipal.

Este propósito ganha mais conteúdo por estarmos no último ano de um mandato autárquico de quatro anos; por isso, entendo ser tempo para prestar contas aos Elvenses.

Para analisar este mandato, entre 2013 e 2017, é sempre bom recordar os contextos político, social e económico em que ele se desenrolou.

A primeira ideia que exprimo é a minha convicção que Elvas se mostrou um concelho dinâmico, o mesmo é dizer que não ficou parado, ou seja, que se moldou ao avanço dos tempos.

A área social foi a que mais absorveu a Câmara Municipal de Elvas, pois houve um alargamento dos programas sociais, até ao ponto atual em que o Município presta apoio a cerca de três mil pessoas.

Pessoas que precisavam de ajuda e a Câmara Municipal não podia ficar indiferente à necessidade de um crescimento dos recursos financeiros canalizados para esta área e ao número de pessoas socialmente carentes.

Esta realidade marca este mandato!

E marca por quê?

Para explicar, é preciso falar claro!

 

É necessário termos a ideia de estarmos a atravessar um período em que o dinheiro escasseia.

Por isso, houve necessidade de estabelecer prioridades.

Se há uma maior aposta nas pessoas, o dinheiro não é suficiente para fazer todas as obras que podemos idealizar ou projetar.

Mesmo assim, a listagem das obras mais importantes que foram realizadas inclui:

– a reabilitação do Forte da Graça;

– a instalação de Hi-Fi no Centro Histórico;

– a recuperação de habitações;

– a remodelação de instalações culturais, desportivas e recreativas;

– e a reabilitação da entrada de Elvas do lado do coliseu, entre o Morgadinho e o Aqueduto.

Tal como posso fazer referência às principais obras que se encontram em curso:

– o Centro Comunitário da Boa-Fé;

– o Centro Comunitário de Santa Luzia;

– a Casa da História Judaica;

– a adaptação de um edifício para as reservas do Museu de Arte Contemporânea;

– e diversas requalificações.

 

Ainda para este ano, prevemos começar obras de grande relevância:

– construção de estações de tratamento de esgotos em São Vicente, Barbacena e Vila Fernando;

– construção de sistemas de tratamento de águas residuais em Varche e Calçadinha;

– reabilitação da ferrovia entre a estação dos caminhos de ferro de Elvas e o Caia;

– futuro Museu de Arqueologia e Etnografia, nas antigas instalações da Manutenção Militar;

– e ampliação do Centro de Animação e Formação Equestre de Elvas, nas instalações do Museu Militar.

 

Ao longo dos três primeiros anos deste mandato, o número de colaboradores da Câmara Municipal tem vindo a diminuir, a ponto de termos algumas dificuldades de recursos humanos em certas áreas.

Todavia, os Orçamentos Gerais do Estado dos últimos anos impediam que os Municípios contratassem pessoal.

O Orçamento deste ano já abre essa possibilidade e nós vamos tomar a medida de gestão mais aconselhável: por isso, os interessados devem estar atentos, pois em breve vão abrir concursos para admitir cerca de uma centena de pessoas, para colaborar com a Câmara Municipal e dar uma resposta às necessidades de mão-de-obra em certos setores.

 

Senhor General, Senhor Ministro:

A mudança dos tempos impos o que deve ser a atuação de uma Câmara Municipal.

Assim, não nos limitámos a colaborar com a Associação Empresarial de Elvas, nem ficámos confinados ao Centro Histórico da cidade.

A recuperação que tem sido possível fazer, a este nível, já é bem visível e os números dão sinal de uma inversão de tendência: entre outubro de 2013 e dezembro de 2016, em pouco mais de três anos, foram criadas 133 novas empresas no concelho de Elvas e gerados 483 postos de trabalho diretos.

 

Esta realidade obriga-me a ter uma palavra de reconhecimento aos empresários, por terem investido, aberto empresas e criado postos de trabalho.

Tal como deixo o agradecimento da Câmara Municipal aos investidores que têm projetos para a abertura, entre outros, de novas unidades hoteleiras, novas superfícies comerciais, remodelação de outros espaços e concretização de investimentos que vão ser visíveis já este ano.

 

A afirmação de Elvas nos contextos nacional e internacional, alicerçada na marca Património Mundial, é outras das nossas prioridades estratégicas.

Aí se enquadra a recuperação patrimonial, na qual continuamos empenhados com determinação.

Este propósito, esta manhã, ficou bem vincado com a assinatura da concessão de incentivos comunitários, no âmbito do programa Alentejo 2020.

São obras de valor muito próximo de cinco milhões de euros, que nos vão permitir:

– construir o Museu de Arqueologia e Etnografia, na antiga Manutenção Militar;

– instalar as reservas do Museu de Arte Contemporânea, num edifício em recuperação junto à Casa das Barcas;

– e iluminar 19 monumentos na cidade.

 

Investir cinco milhões de euros nestas obras de grande importância obriga-nos a agradecer, publicamente e em especial, o empenho do senhor Ministro do Planeamento e Infraestruturas e do senhor Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.

 

Ao senhor Ministro, desejo ainda deixar palavras de felicitações e estímulo, pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido, pois, rapidamente, dentro das suas competências e responsabilidades, pôs em marcha os fundos comunitários, num processo que encontrou, há pouco mais de um ano, completamente parado.

Tal determinação do dr. Pedro Marques teve reflexos em Elvas, desde logo com a aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, o qual nos permite um investimento de 5,7 milhões de euros, ao nível das áreas de Mobilidade Urbana, Regeneração Urbana do Centro Histórico e Regeneração Física, Económica e Social.

 

Elvenses:

No âmbito dos Investimentos Territoriais Integrados, estamos determinados em poder atuar nas áreas da eficiência energética e educação, com destaque para a construção da nova Escola Básica 2,3 nº 1 de Elvas, o antigo Ciclo de Santa Luzia, com edifícios que já têm mais de quatro décadas de utilização.

Para lá deste novo estabelecimento de ensino, está projetado investir nas áreas de Inclusão Social e de Equipamentos Sociais, Abandono Escolar, Modernização Administrativa, num investimento superior a três milhões de euros.

Estes números e esta realidade permitem transmitir aos Elvenses uma palavra de esperança: porque continuamos a atuar na área social, porque investimentos nos setores do Património e da Cultura, mas, acima de tudo, porque conseguimos o desenvolvimento integrado e sustentável do nosso concelho!

 

Estou consciente que não tem sido fácil, nem será fácil.

Mas sei que conto com o apoio de todos:

– dos autarcas da Câmara Municipal, da Assembleia Municipal e das Juntas de Freguesia;

– dos dirigentes e associados das coletividades;

– e das restantes entidades e organismos do concelho.

Sei que posso contar com todos os Elvenses.

Sei que posso contar com a nossa região.

E sei que posso contar com o Governo de Portugal.

Viva Elvas!

Vivam os Elvenses!

Viva Portugal!