Ciganos: Famílias “forçadas” a circular como nómadas pelo Alentejo – antropólogo

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ciganito_bairro_s_pedroBeja, 18 Out (Lusa) – Famílias ciganas estão a ter dificuldades em fixar-se nas suas terras, sendo “forçadas” a circular como nómadas pela região do Alentejo, denuncia um antropólogo que estudou esta comunidade.

Trata-se de “um número minoritário mas significativo” de famílias ciganas que “não consegue fixar-se nas terras a que sentem pertencer” e onde “são alvo de vigilância apertada”, disse à Lusa o antropólogo André Correia, que hoje falará sobre a sua percepção deste fenómeno no ciclo de palestras “Pobreza e Comunidades Ciganas”, em Beja.

Um fenómeno sobre o qual não existem dados oficiais e que o antropólogo estudou entre Fevereiro de 2006 e Julho deste ano, quando acompanhou famílias ciganas sem residência fixa em Portugal, juntamente com outra investigadora e no âmbito de um projecto do Centro de Estudos Territoriais do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

As famílias ciganas que acompanhou, relata André Correia, “vivem numa situação de nomadismo forçado” e são “obrigadas a circular por outras terras” da região, “fugindo às autoridades”, numa sociedade que lhes oferece uma “tolerância temporária” ou a “expulsão rápida”.

O debate promovido pelo núcleo distrital de Beja da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAPN), a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinalou sábado, vai debater a situação da comunidade cigana no Alentejo.

LL/SBR.

Lusa/fim.

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