Crise: Câmara da Vidigueira sobe ordenado dos funcionários que recebem salário mínimo

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vidigueiraVidigueira, Beja, 25 Jan (Lusa) – A Câmara da Vidigueira vai aumentar em 82,08 euros o ordenado dos trabalhadores que recebem o salário mínimo e reduzir em quase 10 por cento os dos que ocupam cargos por nomeação, no âmbito de uma medida “anti-crise”.

Através da iniciativa, que vai entrar em vigor a 01 de Fevereiro, os funcionários que actualmente recebem 450 euros vão passar para a posição remuneratória imediatamente acima e a ter um salário base de 532,08 euros, precisou hoje à agência Lusa o presidente do município, Manuel Narra.

Trata-se de “um aumento de 15 por cento que vai ter um impacto positivo no orçamento das famílias dos trabalhadores que recebem o salário mínimo” e que a Câmara quis “compensar” e “ajudar a enfrentar dificuldades criadas pelo actual momento complicado de crise”, frisou o autarca.

Em contrapartida, para “equilibrar as despesas com o pessoal”, indicou Manuel Narra, os salários dos funcionários que “desempenham cargos por nomeação”, como “o presidente, os vereadores e a equipa do gabinete de apoio ao executivo”, vão “descer cerca de 10 por cento”.

Com esta decisão, frisou, a Câmara pretende “dar um sinal claro ao país, aos outros municípios e ao Poder Central que a situação de crise que vivemos é grave e que os políticos, primeiros que todos os outros, devem e têm que dar o exemplo e também apertar o próprio cinto”.

Após ter adoptado várias medidas anti-crise, sobretudo na área social e destinadas à população carenciada, lembrou Manuel Narra, o executivo “achou que era a hora de olhar para dentro da Câmara e beneficiar os funcionários que recebiam os ordenados mais baixos”.

A Câmara, frisou, decidiu avançar com a medida depois de ter detectado “algumas dificuldades” junto das famílias dos trabalhadores do município que recebem o salário mínimo e da “indicação do Governo de que este ano os salários dos funcionários públicos não vão aumentar”.

“Se houver capacidade orçamental”, admitiu, a Câmara “prevê ainda este ano aumentar as outras posições remuneratórias que estão imediatamente a seguir ao salário mínimo”, porque “não é justo que os funcionários públicos, cujas carreiras estão congeladas desde 2004 e que este ano não vão ter aumentos salariais, sejam vítimas e um dos suportes da saída da actual crise”.

LL.

Lusa/Tudoben

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