Desemprego: Cáritas de Portalegre e Castelo Branco “preparada” para ajudar operários da Delphi de Ponte Sor
Portalegre, 03 Dez (Lusa) – O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco garantiu hoje que a instituição está “preparada” para ajudar os operários da Delphi de Ponte Sor (Portalegre), que no final do ano vão enfrentar o desemprego.
Embora a desvinculação só aconteça no dia 31 deste mês, uma parte dos 430 trabalhadores já estão a ser dispensados no âmbito de um despedimento colectivo.
“Nós já efectuámos no terreno vários contactos (sindicatos, comissão de trabalhadores, paróquia e associações) e estamos preparados para dar algum tipo de resposta junto daqueles que perderam o seu trabalho”, disse Elicidio Bilé, em declarações à agência Lusa.
Numa análise à situação do desemprego na região de Portalegre, o responsável concluiu que “não é só” os despedimentos na Delphi, em Ponte Sor, que preocupam a instituição.
“Os trabalhadores da corticeira Subercentro, também em Ponte Sor, ainda não receberam as respectivas indemnizações. É preocupante este caso”, sublinhou.
“Estamos preparados para poder dar algum tipo de respostas que não passa só pelo apoio material, mas também por podermos estar com as pessoas, para as ouvir, porque a situação é realmente muito preocupante”, acrescentou.
O responsável falava à margem de um seminário, promovido pela Cáritas, subordinado ao tema “Voluntariado, um Desafio: Teorias e Práticas”, que decorre durante o dia de hoje em Portalegre.
A iniciativa conta ainda com o apoio do município local e do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).
De acordo com Elicidio Bilé, a Cáritas criou recentemente, em parceria com a Diocese de Portalegre e Castelo Branco, um fundo monetário para “acudir” em situações de emergência.
O fundo monetário foi criado através das renúncias feitas pelos fiéis na Quaresma e também através de alguns donativos.
O responsável explicou como vão aplicar no terreno a verba angariada, dando como exemplo os 430 trabalhadores da Delphi que estão a ser dispensados, no âmbito de um despedimento colectivo, estando o encerramento da fábrica previsto para o final deste ano.
“O problema da falta de dinheiro não se põe de imediato, porque agora vão receber as indemnizações, mas podem existir problemas residuais de alguns trabalhadores que estavam há pouco tempo a trabalhar e estão com indemnizações baixas”, observou.
“Para esses casos, estamos disponíveis para, de imediato, suprimir algumas dificuldades que possam surgir”, assegurou.
O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco garantiu ainda que a ajuda passa também pelo fornecimento de roupas, alimentos e até de brinquedos para os mais novos, uma vez que “o Natal está à porta”.
Ainda quanto aos problemas relacionados com a precariedade e desemprego na região, Elicidio Bilé lembrou as dificuldades vividas em Nisa, com a falta de “sustentabilidade” no sector dos granitos.
A suspensão do subsídio de Natal aos trabalhadores da Selenis, em Portalegre, é outro dos temas que preocupam o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco.
HYT.
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