Educação: Alunos de escola de Portalegre protestam nas ruas contra falta de climatização nas salas
Portalegre, 14 Jan (Lusa) – Cerca de 200 alunos da Escola Secundária Mouzinho da Silveira, em Portalegre, protestaram hoje à porta do estabelecimento de ensino e pelas ruas da cidade contra a falta de climatização nas salas de aulas.
Em declarações aos jornalistas, Humberto Chora, professor, mostrou-se “solidário” com os estudantes, uma vez que a escola foi recentemente remodelada, mas “não está a oferecer” as condições necessárias para os docentes e alunos.
“Nós [professores] sentimos esta situação. Eu já tive alunos que sentiam muito frio e incapacidade para trabalhar porque as mãos estavam completamente geladas e houve também alunos que tiveram de abandonar as salas porque as condições não eram as ideais”, declarou.
Andreia Pereira, aluna do estabelecimento de ensino, explicou que aderiu ao protesto levado a cabo pelos colegas porque a “escola não tem condições”.
“Os balneários têm água gelada e não temos fichas eléctricas para ligar os secadores de cabelo, nas salas de aulas chove e temos ar quente e frio ao mesmo tempo, entre outros problemas”, declarou.
“Nós até chegamos a trazer mantas para a escola para estarmos tapados nas aulas. Por causa do frio que se faz sentir aqui, até ando um pouco doente”, revelou ainda a aluna.
Em declarações aos jornalistas, a directora da Escola Secundária Mouzinho da Silveira, Arlanda Gouveia, considerou que o protesto dos alunos “não faz muito sentido”, uma vez que o problema “começou” hoje a ser resolvido.
“O protesto não faz muito sentido porque as condições começaram a ser alteradas. Desde Setembro até agora, já deveria ter sido feita alguma coisa, mas, efectivamente, temos aqui hoje o ´staff´ da parte das climatizações para resolver o problema”, sustentou.
Arlanda Gouveia revelou ainda que ponderou para hoje o encerramento daquele estabelecimento de ensino devido aos problemas relacionados com a climatização, mas recuou depois de obter a garantia, por parte do director Regional de Educação do Alentejo, de que o problema seria resolvido.
“Eu tinha proposto fechar a escola hoje, com o que daí pudesse advir, mas penso que, numa escola com esta envergadura, com esta obra, era expectável que tivesse tudo a funcionar”, disse.
Mas, acrescentou, desde Setembro que “a climatização é um caos e os diversos intervenientes no processo sabem-no”.
Com mais de 600 alunos, a Escola Secundária Mouzinho da Silveira foi recentemente reabilitada, num investimento que “ultrapassou largamente” os 4,5 milhões de euros, lembrou.
Para o final da tarde de hoje está programada uma reunião entre vários agentes ligados à valência de climatização da escola, para que seja estabelecido um “prazo definitivo” para que o problema venha a ser ultrapassado.
HYT.
LusaTudoben