Educação: Casa do Futuro, em Évora, aposta em actividades que não existem nas escolas
Évora, – Filosofia e meditação para crianças, ateliers de matemática e pensamento lógico, culinária ou jogos cooperativos são algumas das actividades proporcionadas pela Casa do Futuro, associação de Évora que aposta na educação integral dos mais pequenos.
“Promovemos actividades e oportunidades educativas diferentes daquelas que as crianças normalmente têm dentro do sistema escolar formal”, descreve à agência Lusa a psicóloga Sandra Gonçalves, uma das fundadoras da associação.
A Casa do Futuro – Núcleo de Educação Integral tem sede e desenvolve actividades na quinta de Sandra e do marido, o psicoterapeuta Vítor Rodrigues, que educam a filha Ísis em regime de ensino doméstico.
A associação começou há dois anos, criada pelo casal e por outras pessoas que defendem que a educação não se deve confinar ao que é ensinado na escola regular e que pais e filhos devem explorar mais experiências pedagógicas, de forma interligada.
A Casa do Futuro, explica Sandra Gonçalves, assenta no trabalho voluntário de associados e convidados, especialistas em várias áreas do conhecimento e que participam em acções com as crianças inscritas, alunas sobretudo do primeiro ciclo do ensino básico.
“Já cá vieram professores universitários falar de códigos matemáticos e uma bióloga nossa amiga que explorou com os meninos o que existe aqui na quinta”, exemplifica, referindo que as actividades, geralmente, decorrem ao fim-de-semana.
Este ano, a oferta da associação inclui ateliers de construção, em que as crianças aprendem a manipular diversos materiais e a criar objectos, de culinária, para lhes educar o paladar e poderem fazer “escolhas alimentares saudáveis”, ou de matemática e pensamento lógico, onde decifram “códigos secretos” ou mensagens que “só com chave” se podem ler.
Rodas de filosofia, com a investigação de assuntos como a beleza, a justiça ou o bem, e sessões de meditação, em que mergulham no “seu mundo interior” e através do jogo e da expressão plástica prestam atenção “ao pensamento, à respiração” e “ao corpo”, são outras acções programadas.
“Trabalhamos em mais do que uma actividade. Por exemplo, podemos começar pela filosofia, ir para a culinária e terminar com jogos cooperativos”, refere Sandra, explicando que a educação integral “é precisamente isso”, porque “liga vários temas e proporciona uma aprendizagem mais completa”.
O objectivo da associação é envolver mais os pais, tanto nas actividades dos filhos, como através da criação de oportunidades para que se possam encontrar em grupo e falar.
“Os pais ficam, às vezes, muito alienados do processo educativo e é bom que possam falar uns com os outros e tenham a oportunidade de colocar dúvidas, na presença de um técnico”, defende.
RRL.
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