Elvas: Eduardo Sá “Crianças autónomas são crianças saudáveis”
“Ser criança na sociedade actual” foi o tema da conferência organizada, ontem, pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Elvas (CPCJ) e contou com a presença do professor e pedopsiquiatra dr. Eduardo Sá.
Este encontro, integrado no 20º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, realizou-se no Auditório do Centro de Negócios Transfronteiriço.
Eduardo Sá veio a Elvas deixar uma mensagem para os pais e encarregados de educação: “os pais são seguramente muito melhores pais do que eles imaginam. Muitas vezes, há uma atmosfera no ar que eu não compreendo; é uma atmosfera alarmada que muitas vezes mostra perigos onde eles não existem, e eu gostava muito que os pais percebessem isso: que são os melhores pais que a humanidade já conheceu, não se demitam e escutem muitas mais vezes o vosso coração”.
O principal objectivo deste encontro, segundo o nosso interlocutor, é “de chamar a atenção dos pais e encarregados de educação para determinados comportamentos com as crianças”. Existem três regras importantes na educação de uma criança: “o mais tempo possível de colo, autoridade e autonomia, porque crianças autónomas são crianças saudáveis”.
Para Eduardo Sá, as crianças da sociedade actual são “mais intensas”. “As crianças hoje em dia têm uma qualidade sócio-económica como a anterior geração não tinha; têm uma qualidade de habitação, têm a melhor escola que alguma vez tiveram; têm a melhor enciclopédia do mundo à distância de um clicar.” “Cada criança, seja de classe económica for, e ter um computador pessoal à disposição, eu acho que é uma revolução tranquila; é das coisas mais fantásticas que eu alguma vez já vi fazer no sistema educativo”.
Em relação ao número de inscritos, “foi uma surpresa muito aconchegante”. “Estamos a falar de um encontro informal e não um congresso, e por isso, ter mais de 300 pessoas num auditório é uma responsabilidade imensa, mas é também uma das melhores prendas que eu já tive”, afirmou.
Para a vereadora Vitória Branco, “esta conferência foi demasiado importante”. Há muitos aspectos que defendo e que foram ditos aqui, enquanto mãe e professora: as crianças devem ter passar menos tempo na escola, em relação aos trabalhos de casa, sempre fui contra. “Serve de lição para as futuras mães e para mim, de reflexão. “Decidimos convidar o professor para estar presente no 20º aniversário da Convenção dos Direitos das Crianças, porque é uma figura mediática, uma pessoa que tem carisma; as suas opiniões e a sua postura são muito actuais e não reúne consensos”.
A iniciativa contou ainda com as actuações das alunas da Academia Municipal de Dança e Artes Representativas de Elvas e de voluntárias do Movimento Teresiano do Apostolado.
Marina Anastácio