Elvas/Turismo:Sindicato acusa grupo Pestana de “assediar” trabalhadores
O Sindicato da Hotelaria e Turismo acusou hoje o grupo Pestana de “assediar” os trabalhadores de dez Pousadas de Portugal temporariamente encerradas, promovendo a sua “transferência forçada” para outras unidades da rede ou o gozo de férias adiantadas.
Segundo a direção do sindicato – que sexta feira promove uma conferência de imprensa, no Porto, para denunciar a situação – “esta atitude de assédio sobre os trabalhadores está a causar situações sociais graves”.
Contactada pela agência Lusa, a diretora de comunicação do grupo Pestana, Patrícia Reimão, negou qualquer “assédio”, garantindo que as transferências estão previstas no acordo de empresa e salientando que o objetivo é garantir a viabilidade das pousadas.
Em comunicado, o sindicato garante, contudo, que “há trabalhadores de baixa médica, a ser medicados e a receber apoio psiquiátrico”, outros que “já aceitaram várias transferências/deslocações forçadas e destruíram a sua vida pessoal e familiar” e outros ainda que, “ameaçados de despedimento, aceitaram rescindir o seu contrato individual de trabalho sem receber qualquer indemnização ou recebendo valores muito abaixo dos previstos na lei”.
Adicionalmente, alguns funcionários de “há dezenas de anos” nas pousadas foram “vítimas de processos disciplinares e despedidos só porque recusaram aceitar transferências forçadas que colocavam em causa a sua vida pessoal e familiar”.
Segundo o sindicato, este ano o grupo Pestana “decidiu encerrar 10 pousadas na época baixa alegando, em regra, a existência de obras: São Brás de Alportel, Elvas, Sousel, Santa Clara, Óbidos, Ria, Alijó, Bragança, Guimarães (Oliveira) e Cerveira”.
“Aos trabalhadores destas unidades é solicitada a sua deslocação/transferência temporária para outras pousadas ou então o gozo de férias adiantadas, folgas trabalhadas, feriados e horas suplementares que não foram pagas”, refere.
A diretora de comunicação do grupo Pestana confirmou à Lusa que as pousadas em causa “estão ou estiveram de facto fechadas, quase todas para obras de manutenção”, tendo-se optado pelo encerramento durante a época baixa para minimizar os prejuízos.
Segundo adiantou Patrícia Reimão, as unidades de Ria e de Bragança já fizeram obras e reabriram no início deste mês”, enquanto Óbidos reabre a 01 de março e Elvas, Santa Clara, Alijó, Guimarães e Sousel abrem a 01 de abril”.
“Em S. Brás [de Alportel] e Cerveira as obras estão em [processo de] licenciamento, pelo que não há ainda data de abertura”, acrescentou.
Salientando que “o acordo de empresa prevê que os trabalhadores possam ser deslocados para outras unidades”, a responsável salientou que o grupo Pestana “tenta ao máximo que as transferências ocorram por um curto período de tempo” e para pousadas não muito distantes.
“Não há qualquer assédio aos trabalhadores. O que estamos é a tentar melhorar as unidades, de modo a que sejam rentáveis, até porque só assim podemos garantir os postos de trabalho”, sustentou.
PD
*** Este texto foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben