Empreendedorismo: Projectos para tratamento do cancro vencem prémios Arrisca Coimbra 09
Dois projectos na área do tratamento do cancro venceram ontem os prémios mais importantes do concurso Arrisca Coimbra 09, atribuídos por diversas entidades, entre as quais a Universidade e o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.
Com o Prémio InovCapital (cinco mil euros) foi distinguida a ideia de negócio Smart Medicines, enquanto o projecto Lead recebeu os Prémio IAPMEI (2500 euros) e DNASaúde (mil euros).
O primeiro projecto assenta numa tecnologia que permite direccionar um medicamento para células cancerígenas, sem afectar as saudáveis. A plataforma tecnológica Nanomedicamento Inteligente, desenvolvida no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, consiste numa espécie de “cápsula” que transporta no interior o fármaco até às células-alvo sem que o organismo a reconheça como objecto estranho.
“Como só as células-alvo têm o encaixe perfeito para o sistema desenvolvido, é apenas a elas que ele se liga [sem conseguir entrar nas saudáveis], libertando só nessas células o medicamento”, explicou aos jornalistas Vera Moura, um dos elementos da equipa Smart Medicines.
A grande vantagem reside na minimização dos efeitos secundários do tratamento do cancro (resistência ao medicamento, falência da terapia, surgimento de metásteses), além da redução do tumor, sublinhou.
A ideia surgiu de uma investigação iniciada há quatro anos por Vera Moura, no âmbito de um doutoramento e cuja patente foi apresentada há um ano nos Estados Unidos.
Quanto ao Lead, é um projecto de desenvolvimento de novos fármacos anti-cancerígenos, mais activos e menos tóxicos, que assenta nos resultados de uma investigação de Jorge Salvador (docente) e Rita Santos (estudante), do Laboratório de Química Farmacêutica da Universidade de Coimbra.
A investigação consistiu na síntese de “avaliação biológica” de 40 novos compostos derivados do ácido betulinico, cujos resultados in vitro demonstraram eficácia no tratamento do cancro em “baixas doses e com elevada segurança”.
O Prémio IEFP (três mil euros) foi para o Atelier da Fábrica, um sistema de fabrico automatizado e computorizado de objectos em 3D a partir de modelos artesanais, com destaque para as áreas da arquitectura e cerâmica.
O Prémio Universia (mil euros) foi atribuído ao projecto BTCast, Informação Sem Fios, que visa o desenvolvimento de uma plataforma sem fios para obtenção imediata de toda a informação disponível sobre um qualquer assunto.
Com o Prémio Instituto Pedro Nunes-Incubadora (um ano de incubação virtural gratuita) foi distinguida uma tecnologia de aquisição de dados geográficos – “iNovmapping”.
O Prémio Coimbra-Iparque (500 euros) foi para BlueWorks, um dispositivo médico portátil (EyeDropper) para avaliação do sucesso da aplicação de um fármaco, na área da oftalmologia.
Ao Arrisca Coimbra 09 concorreram 45 projectos, numa organização da Universidade de Coimbra, Associação Académica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, IPN-Incubadora, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, Clube de Empresários de Coimbra e Associação Nacional de Jovens Empresários.
AMS.
Lusa/fim