Empresas: A tecnologia por detrás dos jogos eletrónicos

Seja um videojogo moderno, cheio de gráficos realistas, ou um título clássico, com jogabilidade simples, atrás desta magia que aparece no ecrã existem diversas aplicações tecnológicas que permitem máxima jogabilidade e o jogador tenha as suas merecidas horas de diversão.
A indústria gaming sempre utilizou a tecnologia mais recente para oferecer aos fãs a melhor experiência e criar títulos inesquecíveis. Na lista dos videojogos que marcaram uma época estão: Spacewar!, Pac-Man, Tetris, Super Mario, Pokémon, GTA: San Andreas, Angry Birds, The Last of Us. A lista é imensa, no entanto, existe um que mostra o caminho que tomou o segmento.
Angry Birds foi o primeiro videojogo para telemóvel que alcançou proporções mundiais, o sucesso foi tanto que o jogo até se transformou num filme.
Uma prova que a revolução dos smartphones mudou o paradigma da indústria dos videojogos e mostrou que a polarização entre consolas e PCs nem sempre tem que ser a tónica. Agora, a situação é outra. Os smartphones democratizaram o mundo gaming e trouxeram um novo perfil de jogadores: os casuais.
Independentemente do título ou da plataforma, atrás de cada jogo eletrónico existe uma série de técnicas responsáveis pelo seu funcionamento. A seguir, detalharemos os principais títulos do momento e as tecnologias responsáveis pelo seu sucesso.
À procura da mecânica perfeita
Não há dúvidas, o FIFA é a franquia de futebol virtual mais bem-sucedida que existe. Ainda que o sucesso garanta as vendas, a EA Games, produtora do videojogo, continua à procura de tecnologias capazes de captar os movimentos dos jogadores e reproduzi-los no relvado digital da maneira mais natural possível.
No FIFA 23, versão mais atual do jogo, a empresa apostou no HyperMotion 2 para aumentar o grau de realismo visto em cada partida. A tecnologia — como o próprio nome indica — está na sua segunda geração e tem no machine learning e na inteligência artificial os seus motores de reconhecimento e aprendizagem para reproduzir o real no virtual.
Durante a produção do título, a EA utilizou quatro equipas, duas masculinas e duas femininas, para captar os movimentos. Ao total, foram ao relvado 71 pessoas, entre jogadores amadores, profissionais e árbitros. A ideia é oferecer à inteligência artificial o máximo de dados possíveis, assim, a tecnologia aprende sobre os movimentos e consegue aplicar o conhecimento na toma de decisão dos jogadores controlados por ela, seja da equipa do jogador ou os adversários.
Reproduzir o inesperado
O blackjack é um dos jogos de cartas mais praticados no mundo. A modalidade conquistou praticantes nas mesas reais e também no ambiente virtual. E foi justamente na migração para o online que o jogo teve que encontrar uma tecnologia capaz de reproduzir algo fundamental: os fatores aleatórios.
Num casino, o dealer baralha e distribui as cartas, cada jogador recebe as suas duas e o jogo começa. Esta ação é envolta em aleatoriedade, afinal, ninguém sabe quais as cartas que irá receber, nem tão pouco as que virão.
No ambiente digital, as plataformas especializadas do jogo encontraram a solução para oferecer partidas idóneas e seguras, tanto para os jogadores, como para elas mesmas.
A tecnologia conhecida como Random Number Generator (RNG), em português Gerador de Números Aleatórios, é composta por uma série de algoritmos que realizam cálculos matemáticos constantemente e os resultados são os números aleatórios.
É importante destacar que esta tecnologia não tem memória, desta forma, os números podem repetir-se ou até mesmo nunca aparecer durante uma partida.
Pode-se dizer que a tecnologia de RNG é o motor do blackjack e de todos os outros jogos de casino, como a roleta ou as slots machines. Afinal de contas, estas modalidades exigem um alto grau de aleatoriedade durante a sua prática.
Arquitetura virtual
O género que está a conquistar os entusiastas dos videojogos é o Battle Royale. Os títulos deste segmento fomentam a sobrevivência, a procura por recursos, a criação de armas e armaduras e o combate contra outros jogadores. Para vencer “basta” ser o último jogador vivo no cenário.
De entre os muitos videojogos que fazem sucesso nesse género, o Fortnite é o grande destaque. Produzido pela Epic Games, o jogo acrescenta ao Battle Royale a possibilidade de construir edificações para se defender e também atacar. É justamente esse atributo que chama a atenção.
Para aplicar o fator arquitetónico ao jogo, a empresa utiliza dois mecanismos: Twinmotion e Unreal Engine. O primeiro é mais simples e o segundo mais avançado, juntos podem oferecer a velocidade e a visualização das construções em tempo real, na velocidade que um videojogo exige.
Estes exemplos mostram que atrás de cada videojogo existe muita tecnologia aplicada para conseguir oferecer a melhor experiência aos utilizadores. E, na verdade, os videojogos e a tecnologia são inseparáveis. Durante décadas esta união construiu ícones gaming e da cultura pop.