Erotismo: Mais visitantes mas menos receitas no salão erótico do Porto deste ano
As visitas ao Salão Erótico do Porto subiram 10 a 15 por cento, face a 2009, mas as vendas ficaram aquém das expetativas, disse o diretor do Eros’10, Juli Simón.
A organização contabilizava, ao final de sábado, cerca de 14 mil visitantes, prevendo que o salão feche às 22:00 de hoje com 16 mil a 17 mil visitantes.
“É um acréscimo de 10 a 15 por cento face aos números do ano passado”, referiu o diretor do salão, que decorre no Pavilhão Multiusos de Gondomar desde quinta feira.
Quanto às vendas, Juli Simón assinalou uma quebra, sem quantificar, e disse que “já a esperava na atual situação de crise”.
Entre os mais queixosos contava-se José Carlos Mateus, industrial de cerâmica decorativa, que montou um dos stands mais publicitados pela organização, o da cerâmica tradicional das Caldas da Rainha “de formato fálico”, com artigos a preços entre quatro e 40 euros: “Não vendi nem dez por cento do que trouxe. Se ganhar para o gasóleo e a pensão já me dou por satisfeito”.
Lamento similar produziu José Gouveia, que detém sex-shops em Valongo e Rio Tinto. “Isto não está nada famoso! Se calhar já faturei o mesmo do ano passado, mas o problema é que este ano arrendei o dobro do espaço e não sei se dá para a despesa”, declarou.
Ao contrário, o especialista em “sushi erótico” Alex assinalou “um grande interesse” pelo seu stand, na esteira do negócio de “catering” que possui. “O que faço vem um bocado na linha do chantilly espalhado pelo corpo para fins de sedução. A diferença é que o faço com sushi”, explicou.
O “grande sucesso” do Salão Erótico do Porto é, contudo, o consultório de aconselhamento sexual de Vânia Beliz e, particularmente, as aulas de sedução, diz a organização e confirma a mentora do negócio.
“Vêm casais de todas as idades aprender as técnicas básicas de sedução, que são explicadas por streepers”, contou a terapeuta sexual.
“Isto é, provavelmente, o aperitivo do que vão fazer em casa. Felizmente, os tabus estão todos a cair”, frisou.
Manuel Silva, 50 anos, que foi ao festival acompanhado da mulher, concorda que “hoje já poucos têm vergonha de ver estas coisas”. “Eu próprio assumo que gosto mais disto do que de futebol”, acrescentou.
Enquanto esperavam a altura de entrar no pavilhão, Neusa Matos e Diogo Conceição, namorados, ambos de 22 anos, contaram à Lusa que não sabiam muito bem o que iam encontrar.
“Mas de certeza que a experiência valerá a pena”, garantiu ela, enquanto ele manifestava a intenção de ver “um pouco de tudo”, desde os stands aos espetáculos eróticos que se repartem por oito palcos e envolvem quase uma centena de streepers.
No Eros’10, os visitantes podem encontrar ainda áreas para gays, swingers (troca de casais) ou BDSM (Bondagem, Dominação, Sadismo e Masoquismo) e ver uma demonstração do primeiro filme interativo para adultos produzido em Portugal, o iPorno.
A convidada de honra é a atriz porno portuguesa Eriça Fontes. A organização destacou ainda a artista brasileira Diana Ramos, publicitada como superninfomaníaca.
A organização do Eros’10 promoveu, por outro lado, a eleição dos desportistas mais sexy de Portugal – que ganhou Nelson Évora e Daniela Inácio – e admitiu estudantes maiores de idade como figurantes na produção de filmes porno.
JGJ
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben