Estremoz precisa de associação de defesa do património – dirigente associativo
O presidente da Associação Filatélica Alentejana (AFA), Hernâni Matos, defendeu hoje a criação de uma associação vocacionada para a defesa do património de Estremoz, considerando que a malha urbana se apresenta “ferida” com edifícios e construções em risco.
Para “demonstrar a necessidade de uma associação local vocacionada para a defesa do património”, a AFA, com sede em Estremoz, organizou uma exposição fotográfica sobre a matéria.
A mostra, intitulada “Defesa do Património” está patente ao público até 19 de junho, no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, em Estremoz.
Em declarações à Agência Lusa, Hernâni Matos explicou que a exposição “procura abordar os múltiplos aspetos do património material e imaterial, alertando para as situações de risco no concelho de Estremoz”.
O presidente da AFA salientou que a exposição surgiu numa perspetiva de “demonstração da necessidade de existência de uma associação local vocacionada para a defesa do património”.
“Exemplos como a transferência para Lisboa do mosaico romano de Santa Vitória do Ameixial, nos anos 1920, não podem repetir-se, como não podem repetir-se episódios como o derrube da igreja de Santo André em 1960 e, mais recentemente, a extração de azulejos pelo proprietário do edifício da antiga firma Luís Campos, junto ao Lago do Gadanha”, realçou o dirigente cultural.
Para Hernâni Matos, a malha urbana de Estremoz apresenta-se “ferida” com edifícios e construções em risco.
O responsável indicou como exemplo o Largo do Espírito Santo, o edifício da antiga firma Luís Campos, o Palácio dos Condes de Praia e Monforte (século XVIII), onde funcionou durante muitos anos o Círculo Estremocense, Palace Hotel, no Rossio Marquês de Pombal, Portas dos Currais, Casa da Câmara ao Arco de Santarém e praça de touros.
“Que podem fazer os cidadãos para além de assistir diariamente à degradação da paisagem urbana com o inevitável cortejo das suas múltiplas consequências”, interrogou o presidente da AFA.
Hernâni Matos deixou ainda outras questões, nomeadamente se a arqueologia industrial tem sido tratada como merece, o que resta das moagens, dos lagares e das fábricas de cortiça, e a única olaria existente em Estremoz.
Para inverter a situação, o presidente da AFA defendeu o confronto de ideias para “despertar e mobilizar consciências e para não se continuar na paz podre do deixa andar, da insensibilidade perante aquilo que alguns querem fazer acreditar como sendo inevitável”.
TCA.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben