Évora: Câmara apela ao Governo para salvar postos de trabalho em duas fábrica

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O Câmara de Évora apelou hoje à intervenção do Governo para salvaguardar os postos de trabalho em duas fábricas da cidade, prometendo estudar um conjunto de medidas para apoiar os operários que eventualmente fiquem desempregados.

“Estamos a preparar, com os serviços municipais, um conjunto de medidas no sentido de serem aplicadas às famílias que venham cair numa situação de desemprego, em função da crise que atravessamos”, disse hoje à agência Lusa o presidente do município, José Ernesto Oliveira (PS).

O autarca falava à agência Lusa depois da aprovação, por unanimidade, na última reunião camarária, de uma moção apresentada pelo vereador Carlos Reforço (CDU), com os contributos do PS e do PSD, sobre a situação laboral nas fábricas Tyco Electronics e Kemet Electronics.

No documento, o executivo camarário mostra-se preocupado com a situação vivida nas duas unidades fabris e apela ao Governo para garantir, junto das administrações destas empresas, os postos de trabalho existentes.

“Esta moção, além de manifestar a preocupação da Câmara de Évora, alerta e pede a intervenção do Governo, de forma a salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores”, vincou à Lusa José Ernesto Oliveira.

Recordando um conjunto de intervenções da Câmara na área social, o autarca explicou que as novas ajudas que estão a ser preparadas pelo município pretendem “atenuar os impactos negativos que o desemprego possa vir a ter nas famílias eborenses”.

Uma das medidas em estudo, disse, assenta na “redução da prestação mensal para as famílias que habitam no património habitacional da Câmara Municipal”, assim como “outras facturações que a autarquia emite, no que respeita à água, tratamento de esgotos e transporte público”.

O PSD de Évora também já se mostrou “preocupado com as dificuldades que atravessam as empresa Kemet Electronics e Tyco Electronics”, juntando-se à autarquia no apelo ao Governo “para garantir os postos de trabalho existentes”.

Em comunicado, os sociais-democratas temem que os efeitos da crise sejam “bastante violentos e devastadores” sobre o emprego em Évora, que “corre o risco de observar uma escalada do desemprego sem precedentes”.

“Évora está particularmente vulnerável aos efeitos da crise por não ter aproveitado as últimas duas décadas de desafogo económico, apetrechando-se para enfrentar períodos de recessão cuja alternância se adivinhava”, pode ler-se no comunicado.

Por outro lado, a Direcção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP considera, em comunicado, que “se vive uma das mais graves crises sociais desde o 25 de Abril, no distrito de Évora”.

Os comunistas responsabilizam o Governo e o PS pela suspensão dos contratos de trabalho na Tyco Electronics, em Évora, e na Karmann Ghia, em Vendas Novas, bem como a “ameaça de despedimentos” na Fapradiv, em Arraiolos, e na Metalorigor, em Évora.

“Existe uma realidade que não pode ser escondida, ela é fruto do resultado da política de direita que o PS teima em levar por diante”, lê-se no documento.

A administração da Tyco Electronics de Évora, a maior unidade industrial do Alentejo, anunciou no início deste mês a intenção de suspender contratos de trabalho a operários, por um período de seis meses.

A empresa não especificou o número de trabalhadores a abranger por esta medida, mas segundo os sindicatos a intenção da Tyco passa por suspender “536” pessoas, ou seja, um terço dos cerca de 1.600 operários.

Também em Évora, a multinacional Kemet Electronics, com cerca de 470 operários, acabou com a laboração por turnos, concentrando alguns operários num único horário de trabalho e outros na formação, devido à redução do número de encomendas.

SYM.

Lusa/Tudoben

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