Évora: PCP repudia fecho da fábrica da LEE e questiona Governo
O PCP repudiou ontem o encerramento da fábrica de Évora da multinacional LEE, a concretizar em Dezembro, e revelou ter questionado o Governo sobre as medidas que serão adoptadas em defesa dos trabalhadores. A Direcção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP, em comunicado, considera que o fecho da unidade fabril, com cerca de uma centena de trabalhadores, na maioria mulheres, vai “agravar ainda mais as condições de vida da população do distrito e da região”. |
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“Num momento em que o aparelho de propaganda do PS/Sócrates pretende vender aos portugueses que o país está no rumo certo” e que “este Governo faz tudo o que está ao seu alcance, aí está a verdade nua e crua a confirmar que a realidade é bem diferente”, contrapõem os comunistas.
Criticando os “senhores das multinacionais”, que, em Portugal, “têm mãos livres para reprimir e despedir”, a DOREV do PCP adianta que o deputado comunista eleito por Évora, João Oliveira, já questionou o Governo sobre o fecho da fábrica da LEE.
O deputado, explica a estrutura partidária, apresentou um requerimento ao ministro da Economia, Manuel Pinho, questionando quais as medidas que o Governo “prevê vir a tomar para atender aos interesses dos trabalhadores que irão perder os seus postos de trabalho”.
A fábrica de Évora da multinacional LEE deverá encerrar no final deste ano, com o despedimento colectivo dos cerca de 100 trabalhadores, a maioria mulheres, disse quinta-feira à agência Lusa um dirigente sindical.
António Marques, da Federação dos Sindicatos Têxteis, explicou que os operários já foram informados da intenção de fecho da fábrica, que deverá concretizar-se em Dezembro, na sequência de um pré-aviso de despedimento colectivo de 90 dias.
“A empresa continua a laborar até final de Setembro, mas os contratos só caducam em Dezembro, porque têm de dar um pré-aviso de 90 dias”, disse António Marques.
A fábrica LEE está instalada em dois edifícios no Parque Industrial de Évora há cerca de 25 anos, tendo chegado a empregar mais de 300 trabalhadores.
“Nos últimos anos tem vindo a reduzir postos de trabalho, tendo actualmente cerca de 100 operários, a maioria mulheres”, explicou o sindicalista.
Os responsáveis da unidade fabril, segundo o dirigente sindical, garantiram que vão assegurar os salários até Dezembro, assim como as indemnizações aos trabalhadores.
“As multinacionais do sector têxtil estão a deslocalizar a produção para o Oriente, onde a mão-de-obra é mais barata”, disse, criticando a postura “silenciosa” do Governo com a “saída” das multinacionais de Portugal.
RRL/MLM.
Lusa/Tudoben