Évora : Programação cultural de iniciativa municipal

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Programação cultural de iniciativa municipal
Os diversos projetos e iniciativas programadas pela Câmara Municipal de Évora foram atropelados
pela existência de uma crise sanitária que levou a duas declarações de estado de emergência e à atual
situação de calamidade com as conhecidas restrições para a realização de atividades culturais com a
presença de público.

Como forma de resposta rápida de emergência à crise que se instalou no sector cultural e criativo, que toca
artistas, técnicos e todas os trabalhadores intermitentes relacionados com a cultura e o lazer, a CME desenvolveu
dois programas: Artes em Casa, que decorreu de 15 a 30 de Abril, Nem em Casa a Liberdade se Confina que
comemorou a Revolução de Abril e decorreu a 24 e 25 de Abril.
Ao longo de muitas horas de pré-produção e de emissão em Streaming e em sinal aberto nas rádios locais, cerca
de uma centena de artistas, técnicos e agentes culturais trabalharam intensamente num tempo de confinamento,
de despedimentos e de lay off, para que, em casa, não ficássemos sem cultura.
Estas iniciativas não substituíram, nem o podiam fazer, o conjunto de ciclos de programação previstos para este
ano e que não tiveram condições para a sua concretização:
Evora Jazz Fest, Soam as Guitarras, Livros à Rua, Festival Política, 20.21 Évora Músicas Contemporâneas e Artes à
Rua Festival de Artes Públicas.
Se a situação sanitária o permitir pondera a Câmara Municipal realizar no último trimestre de 2020 alguns destes
ciclos de programação, sendo que o Artes à Rua se realizará apenas em 2021, de 23 de Julho a 29 de Agosto,
mantendo, na medida do possível, a programação prevista para 2020.
As performances artísticas que resultam da Chamada para Novas Criações estão em análise, com o atraso natural
que resulta da indefinição que marcou os últimos três meses e que ainda se mantém. Por indisponibilidade dos
nomes inicialmente previstos não será possível manter a avaliação das propostas pelo júri.
Se as condições restritivas de apresentação pública de espetáculos não se alterarem, a realização das propostas
da Chamada poderão decorrer em período mais alargado do que o inicialmente previsto, podendo ir até ao final
do primeiro trimestre de 2021, em locais a definir considerando as condições sanitárias legalmente impostas.
Em pré-produção, com estreia prevista durante o mês de Junho, está um novo formato artístico que vai envolver
agentes culturais, artistas e técnicos, continuando a considerar prioritariamente os que vivem e criam em Évora.
Ao longo de 8 emissões semanais, em streaming e nas rádios locais, haverá teatro, musica, performance, poesia
e artes visuais, desafiando-nos a desenvolver pensamento crítico, pensando em que Évora queremos e que lugar
a arte e a cultura devem desempenhar na cidade de todos.

Conscientes da profunda crise que se abateu sobre as estruturas e criadores locais, agravando em muito a precária
situação da sua existência, acreditamos que só uma resposta nacional, através da criação de um fundo de
emergência para os profissionais do sector, que permita solver compromissos e lançar projetos que garantam a
existência de condições de vida dignas a quem faz da criação cultural o seu modo de vida.
É tempo de aprofundar a luta por uma fatia do Orçamento de Estado para a Cultura que cumpra os desígnios
constitucionais e pela sua distribuição tendo em conta os princípios da coesão territorial, discriminando
positivamente os territórios mais afastados dos centros de poder e com menos recursos de captação de
investimento para Cultura.
Estaremos sempre do lado da civilização, do lado da concretização dos princípios constitucionais da democracia
política, cultural, económica e social que são os pilares do projeto da sociedade de Abril.
O vereador da Cultura da CME