Exército: Esquadrão de Reconhecimento do RC3 de Estremoz parte em setembro para missão no Kosovo
O Regimento de Cavalaria 3 (RC3), de Estremoz, a unidade mais antiga em atividade do Exército Português, tem em treino operacional um Esquadrão de Reconhecimento que vai partir em setembro deste ano para uma missão no Kosovo.
O comandante da unidade, coronel Pedro Fonseca Lopes, adiantou hoje à agência Lusa que o Esquadrão de Reconhecimento, constituído por 84 militares, vai para o Kosovo integrado numa unidade para-quedista da Brigada de Reação Rápida.
O coronel de Cavalaria Fonseca Lopes referiu que os militares iniciaram a preparação em março deste ano, prolongando-se as operações de aprontamento até setembro, mês em que partem para a missão no Kosovo.
O RC3, com 302 anos, está há 135 aquartelado em Estremoz, contando atualmente com um efetivo de cerca de 400 militares, e tem o encargo operacional do Esquadrão de Reconhecimento da Brigada de Reação Rápida.
Segundo o comandante do RC3, esta vai ser a terceira missão em que a unidade participa no Kosovo desde 1999.
O coronel Pedro Fonseca Lopes referiu ainda que este ano vai ser “particularmente importante” para o RC3, uma vez que comemora em setembro os 200 anos da sua participação na batalha de Fuente de Cantos, da Guerra Peninsular, e que deu origem ao dia da Unidade.
O RC3 participou naquela batalha, na região de Badajoz, Espanha, com dois esquadrões a cavalo, assim como em outras batalhas da Guerra Peninsular, a maioria em Espanha.
Segundo o comandante da unidade, há uma proposta para que seja atribuída este ano ao RC3 a mais alta condecoração militar nacional, a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, cuja medalha deve ser entregue no dia da Unidade.
Em setembro deste ano vai efetuar-se também o lançamento de um livro sobre a história do RC3.
O Regimento de Cavalaria 3 está de “portas abertas”, segundo o comandante, para receber os cidadãos que mostrem interesse em visitar a unidade, assim como o seu museu, que está aberto ao público.
O antigo Palácio Reynolds, onde funciona a messe de oficiais, merece também uma visita devido “à riqueza arquitetónica do espaço”, salientou o oficial.
O RC3, de Estremoz, foi a unidade que mobilizou o maior número de militares para a guerra nas antigas colónias portuguesas, cerca de 42 mil homens, integrando 42 batalhões e 18 companhias, e a que registou o maior número de mortos – 485.
Considerada uma das unidades militares mais influentes na revolução do 25 de abril de 1974, o RC3 participou com um Esquadrão de Reconhecimento, comandado pelo capitão Andrade Moura, com 120 homens nas movimentações militares que derrubaram a ditadura.
O Regimento de Cavalaria 3 “Dragões de Olivença tem origem numa das mais antigas unidades do Exército, fundada em 1707, em Olivença, e participou também na Guerra Peninsular e na I Guerra Mundial.
O RC3 está instalado em Estremoz há 135 anos, desde 05 de abril de 1875.
O dia da unidade é celebrado, habitualmente, a 15 de setembro, data em que decorreu a Batalha de Fuente de Cantos, em 1810.
TCA.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben