Exposição TERRA, no Centro de Arqueologia e Artes, Beja, Praça da República (26 de abril a 2 de agosto de 2025)

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No dia 26 de abril é inaugurada uma exposição do trabalho das últimas duas décadas de um obscuro artista alentejano. O Evento ocupa oito salas dos dois andares superiores do edifício do Centro de Arqueologia e Artes e reúne mais de quinhentas obras, entre esculturas digitais (impressas em 3D, impressas e montadas em papel, ou apresentadas em vídeo), mais de uma centena de desenhos a pastel, que foram desenvolvidos como Concept Art; e ainda esculturas em porcelana e em madeira, instalações e peças de animação, vídeo e textos.

Grande parte das obras têm origem numa investigação em modelação digital, 3D, iniciada na Universidade de Sevilha e continuada na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Quase todos os projetos são focados na condição humana, no confronto e na ausência, na sensação de pertença e de extinção. Alguns são ecossistemas com múltiplos personagens que ensaiam, entre si, histórias.

Colaboram também, nos projetos de animação, outros intervenientes com que o artista se relacionou, fotógrafos, poetas, engenheiros e músicos e um grupo de adolescentes, alunos do liceu Camões.

No decurso da exposição Terra, será apresentado um livro com textos do critico de arte António Cerveira Pinto e dos poetas, António Souto e António Vilhena, entre outros.

A produção é da Câmara Municipal de Beja, tem a Coordenação de Maria João Macedo e Paulo Monteiro e montagem de Tânia Matias.

 Jorge Castanho nasceu em Beja, em 1961. Vive e trabalha em Lisboa.

Frequentou a ESBAL nos anos 80.  Foi curador de Arte Contemporânea no Baixo-Alentejo, nos anos 90, onde desenvolveu um programa com artistas nacionais e não nacionais, criando projetos em fábricas abandonadas, edifícios religiosos fora de culto, associações culturais, bibliotecas, minas, paisagens, museus, ruas e praças. Doutorou-se em Desenho na Universidade de Sevilha, em 2006, com uma bolsa do Ministério da Cultura. Desenvolveu dois programas de Pós-doutorado na Universidade de Lisboa, em 2007 e 2010 e em 2010 e 2013, com bolsas FCT.

Através de diferentes linguagens poéticas e tecnológicas, o artista posiciona-se contra o circo comercial, mediático e massivo da arte, que enfraquece o seu nervo fundamental, banalizando-a. Tem um acervo visitável na Rua dos Navegantes, em Lisboa, e está a criar um projeto de Arte e Natureza, no Parque Natural do Vale do Guadiana, com abelhas, plantas e árvores. Desde 2020, já plantou mais de três mil árvores autóctones.