Face Oculta: Manuel Alegre diz que “é tempo de a Justiça funcionar”
O ex-deputado do PS Manuel Alegre evitou ontem falar da divulgação na imprensa de escutas telefónicas do processo “Face Oculta”, mas defendeu que “é tempo de a Justiça funcionar”.
“É tempo de a Justiça funcionar para que estas coisas não aconteçam”, declarou o pré-candidato à Presidência da República aos jornalistas, em Coimbra.
Manifestando-se “contra os julgamentos na praça pública”, Manuel Alegre sublinhou que “em tempo de crise é preciso que a Justiça se afirme”.
O antigo vice-presidente da Assembleia da República respondia aos jornalistas, ao ser questionado sobre a reprodução parcial na imprensa de escutas inseridas no despacho de um juiz de Aveiro.
Na sexta-feira, o semanário Sol transcreveu extratos do despacho em que aquele magistrado considera haver “indícios muito fortes da existência de um plano” em que estaria envolvido o primeiro ministro José Sócrates para controlar a TVI, afastar Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz, marido da jornalista e ex-diretor da estação de televisão.
Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor da PT, e Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT.
O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas.
A reação de Manuel Alegre ao processo Face Oculta foi feita à margem de uma cerimónia em que o também político foi distinguido pela sua obra com um “Tributo Consagração” da Fundação Inês de Castro (FIC).
Na cerimónia, que decorreu na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, foi entregue o prémio literário da FIC, relativo a 2009, ao padre José Tolentino de Mendonça.
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*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben