Ferreira do Alentejo: Câmara estuda influência das habitações na saúde dos habitantes
A Câmara de Ferreira do Alentejo (Beja) anunciou que vai fazer um estudo para avaliar a influência das condições de habitabilidade na saúde da sua população.
No âmbito do projeto “Habitação e Saúde” da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo será efetuado através de inquéritos por telefone a 283 agregados familiares do concelho, entre segunda feira e dia 29, e os resultados deverão ser conhecidos no final de julho.
A partir das conclusões do estudo, a Câmara, no âmbito da segunda fase do Plano Local de Ação em Habitação e Saúde, irá elaborar um programa para “melhorar” as condições de habitação e, por consequência, o estado de saúde da população do concelho.
Após o primeiro estudo, realizado em 2003, a Câmara de Ferreira do Alentejo, que, na altura, foi o primeiro município português a participar no projeto “Habitação e Saúde”, concluiu que “seria importante fazer um segundo estudo” para “perceber melhor a realidade atual” do concelho, explicou o presidente da autarquia, Aníbal Costa (PS).
A partir do estudo de 2003, a Câmara realizou várias obras de reabilitação urbana, como a melhoria de espaços públicos, e desenvolveu programas de apoio a obras em casas de famílias mais carenciadas.
O novo inquérito e o modelo do novo estudo foram criados pela OMS da Europa e Direcção Geral da Saúde (DGS).
O novo modelo, que será distribuído pelos países europeus da OMS para “poderem usufruir da experiência de Portugal”, foi considerado “muito interessante” pela OMS Mundial, que já mostrou “interesse” em lançá-lo a nível mundial, disse Cláudia Weigert, da DGS.
Segundo a responsável, mais uma vez o município alentejano “é pioneiro” ao aplicar o novo modelo e irá “servir de exemplo” se o estudo for lançado a nível mundial.
Os cidadãos passam “80 a 90 por cento” do seu tempo dentro de habitações, em casa ou no trabalho, e “é óbvio que o micro habitat interno também influencia a saúde”, disse Paulo Diegues, da DGS.
O estudo “é uma ferramenta para o próprio município” fazer “um diagnóstico da situação habitacional” do concelho e permite “perceber os aspetos que precisam de ser melhorados e orientar políticas de habitação e de planeamento urbano” em conformidade com as necessidades da população, explicou.
A Câmara poderá desenvolver “soluções específicas”, como obras ou campanhas de educação para a saúde, para resolver problemas com origem na habitação e que afetam a saúde da população, frisou.
Segundo o presidente da Câmara, “é fundamental que os municípios se convençam” que a influência das condições de habitação na saúde “é um problema muito atual” e através do estudo “podem ser desenvolvidas medidas muito concretas para intervir e resolver problemas”.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben