Futebol: Estágio da selecção é objectivo de muitos concelhos porque traz receitas e fama
O estágio da seleção nacional de futebol é uma ambição de muitas terras portuguesas, porque traz notoriedade nacional mas também receitas adicionais para o tecido económico local.
Para o Mundial de África do Sul, a cidade da Covilhã irá receber o estágio da seleção nacional, sucedendo a Viseu, em 2008, e a Évora, em 2006.
Recordando o que sucedeu em 2008, o presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter Mirandez, considera que a presença da seleção nacional de futebol tem o poder de transformar uma cidade do interior na “capital do país”, ainda que apenas por algumas semanas.
“Nessa altura somos muito focalizados. Todos os meios de comunicação estão aqui centralizados e nós, durante aquelas semanas, somos a capital do país”, afirmou à Agência Lusa, aludindo ao estágio de preparação da seleção para o Euro 2008 que decorreu em Viseu entre 18 e 31 de maio desse ano.
Gualter Mirandez defende que essa descentralização dos estágios deve continuar, porque a seleção é uma “bandeira nacional”, mostrando-se convencido de que a Covilhã “vai tirar boas contrapartidas”, tal como Viseu o fez.
“Primeiro que tudo dêmos a conhecer a cidade. Nunca tanto foi falada por este Mundo fora como na altura em que a seleção esteve em Viseu a estagiar. Foi um ótimo meio de fazer propaganda, pela positiva, em relação a Viseu e à sua região”, frisou.
Por outro lado, “houve setores na parte empresarial que tiveram uma boa resposta, nomeadamente da restauração”, sobretudo em Viseu, mas também em Tondela, onde se realizou um jogo.
“Sei de algumas unidades de restauração que trabalharam muito bem, tiveram dias consecutivos de casa praticamente cheia. Sempre foi dinheiro, rendimento que ficou aqui na região de Viseu. Isso para nós é que é importante”, frisou.
Mais a sul, o estágio da seleção portuguesa de futebol em Évora, em maio de 2006, que serviu de preparação para o Mundial da Alemanha, não levou mais clientes ao comércio da cidade alentejana, mas os restaurantes sentiram “mais movimento”.
Em declarações à agência Lusa, a secretária geral da Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), Mariana Calado, explicou que “o comércio, no geral, não sentiu que tivesse vendido mais pelo facto da seleção estar em Évora”.
“Não se sentiu nada de especial em termos de vendas. Provavelmente, o facto de ter sido divulgado o nome da cidade poderá ter trazido pessoas a Évora mais tarde, mas foi algo que os comerciantes não conseguiram sentir”, afirmou.
Já o restaurante Fialho, ex-líbris da gastronomia de Évora, “sentiu mais clientela” durante a permanência da seleção na cidade, “com jornalistas e outras pessoas que procuravam ver os jogadores” a encherem o estabelecimento.
“Houve muita gente que passou por Évora nessa altura. Notava-se, principalmente, nos restaurantes”, disse à Lusa Amor Fialho, um dos proprietários do estabelecimento, garantindo que “foi uma época áurea”, porque “muita gente não vinha a Évora se não fosse a seleção”.
SYM/AMF.
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