Gás Natural: Terminal de Sines é uma marina de navios metaneiros da Galp
O presidente da Endesa Portugal considerou ontem que o terminal de gás natural de Sines “é uma marina de [navios] metaneiros da Galp”, criticando o regulador por não criar condições iguais para todos os importadores.
Nuno Ribeiro da Silva, que falava no VIII Fórum Energia, organizado pelo Diário Económico, lembrou que entre as “restrições ao uso do terminal” estão “regras de tal forma restritivas” que apenas deixam espaço de manobra ao incumbente Galp.
Entre as regras, enumerou o presidente da Endesa Portugal, estão a “programação de entrada e de tempo de descarga dos navios metaneiros”, a “programação de regasificação do gás”, bem como “os custos”, enumera.
“Uma das regras é a de regasificar em 10 dias. Ora 125 mil metros cúbicos [a capacidade de carga de um navio metaneiro] é muito gás”, disse o mesmo responsável, acrescentando que “não se pode fazer swaps [trocas reguladas]” entre operadores.
“Assim ninguém pode operar em Sines a não ser o incumbente”, sublinhou Nuno Ribeiro da Silva, acrescentando que é ideia corrente em Espanha que Sines – uma “infra-estrutura estratégica para a Península Ibérica” – poderia servir de ponto de abastecimento para várias regiões espanholas.
O presidente da Endesa Portugal responsabilizou o regulador deste mercado, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), pela situação e sintetizou: “A vida de um ‘newcomer’ não é fácil”.
Na resposta às críticas de Nuno Ribeiro da Silva, o presidente da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos lembrou que partilha dessas preocupações, razão pela qual aprovou em Abril nova regulamentação para criar um “mercado de trocas reguladas no gás natural” e “novas regras” que facilitem o acesso de novos operadores ao terminal.
A ERSE prevê que as novas regras e o mercado de trocas reguladas no gás sejam prática corrente a 01 de Janeiro de 2010, quando se dará a liberalização total do mercado do g+ás natural em Portugal.
NVI
Lusa/Fim