Greve: Sindicatos satisfeitos com dados recolhidos no arranque do protesto
As organizações sindicais fizeram um balanço positivo dos primeiros números conhecidos da adesão à greve geral dos trabalhadores da saúde e dos trabalhadores da recolha do lixo.
De acordo com Ana Avoila, da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a adesão à greve na área da saúde foi “elevada”, num primeiro balanço realizado no Hospital de São José, em Lisboa.
Segundo a dirigente, em Lisboa, o Hospital de São José teve uma adesão à greve de 90 por cento, o Curry Cabral e a Maternidade Alfredo da Costa registaram 87 por cento, o Hospital São Francisco Xavier 75 por cento e o de Santa Maria 60 por cento.
No Centro Hospitalar de Gaia foram assegurados apenas os serviços mínimos, de acordo com Ana Avoila, que considerou que os números do primeiro turno de greve demonstram que o protesto vai registar “uma elevada adesão”.
A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública aproveitou ainda a ocasião para rejeitar as críticas do secretário de Estado da Administração Pública: “Não faz qualquer sentido dizerem que é uma greve empobrecida. Isso nós não aceitamos”.
Entretanto, no Hospital de São José, a polícia e os dirigentes sindicais envolveram-se em confrontos verbais, situação que motivou um protesto de Ana Avoila: “aconteceu aquilo que era impensável que acontecesse”.
Um polícia ordenou aos sindicalistas do piquete de greve que saíssem da urgência e impediu também a comunicação social de estar no local, alegando que não havia autorização para a permanência de jornalistas no recinto.
Também o balanço da greve geral dos trabalhadores da recolha do lixo é “positivo”, ainda que provisório, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Com uma adesão de “100 por cento” estão os serviços de Évora, Moita, Seixal, Amadora, Palmela e Coimbra, segundo Francisco Santos Braz.
Segundo um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, a limpeza da capital foi “fortemente afetada” com a adesão à greve dos trabalhadores do Sector da Limpeza Urbana, “que rondou os 70 por cento”.
De acordo com o coordenador regional de Évora do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), José Correia, existem “indicadores fortes” de que hoje “não haverá recolha do lixo” nos concelhos de Vendas Novas, Arraiolos, Montemor-o-Novo e Mora, e nas freguesias rurais do concelho de Estremoz, onde o serviço começa de madrugada.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado marcaram esta greve contra o congelamento salarial, o agravamento das penalizações das reformas antecipadas, questões relacionadas com as carreiras e com o sistema de avaliação.
A paralisação da Função Pública deverá levar ao encerramento de repartições de finanças, tribunais, escolas, consultas hospitalares e serviços municipais, segundo os sindicatos.
Os sindicatos suspenderam a paralisação na região autónoma da Madeira para facilitar os esforços que estão a ser feitos para que a vida na ilha volte à normalidade, após o temporal de 20 de fevereiro.
A última greve convocada pelas três estruturas sindicais realizou-se a 30 de novembro de 2007 contra a imposição de um aumento salarial de 2,1 por cento.
LMP
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben