Greve: Trabalhadores da Câmara de Portalegre não aderiram para não ficarem um dia “sem vencimen

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Portalegre 04 mar (Lusa) – Luís Nunes, assistente administrativo na Câmara de Portalegre há cerca de 10 anos, não aderiu hoje à greve geral da função pública, porque um dia sem trabalhar equivalia a um dia “sem vencimento”.

“Eu tinha vontadeportalegre002 de fazer greve, havia todas as razões para aderir, mas ao fazer greve era mais um dia sem vencimento e a situação está tão complicada neste momento que não dá para aderir ao protesto”, disse o trabalhador, em declarações à agência Lusa.

De acordo com Luís Nunes, de 38 anos, este dia de trabalho é para si “necessário”, uma vez que dá para pagar, ao final do mês, “a conta da água”.

“A questão do congelamento de salários conforme é anunciado preocupa-nos”, mas, salientou: “de certa forma, temos de agir com cautela e vir trabalhar, porque faz falta o vencimento deste dia”.

Em Portalegre, a maioria dos trabalhadores do município local compareceu hoje ao emprego, garantindo, desta forma, a totalidade dos serviços aos munícipes.

António Carreiras, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), explicou à Lusa que efetuar greve na Câmara de Portalegre “é difícil”, uma vez que existem vários casos de trabalhadores a laborar em condições “precárias”.

De acordo com o sindicalista, existe também naquele município alentejano um “número elevado” de trabalhadores no desemprego, que, nalgumas situações, “têm assegurado o serviço” quando os funcionários da autarquia entram em greve.

“O salário dos trabalhadores é baixo. Um número muito significativo recebe o salário mínimo nacional e a perda de um dia de trabalho corresponde a um acréscimo de dificuldades nas suas vidas”, justificou.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado marcaram esta greve contra o congelamento salarial, o agravamento das penalizações das reformas antecipadas, questões relacionadas com as carreiras e com o sistema de avaliação.

Os sindicatos suspenderam a paralisação na região autónoma da Madeira para facilitar os esforços que estão a ser feitos para que a vida na ilha volte à normalidade, após o temporal de 20 de fevereiro.

A última greve convocada pelas três estruturas sindicais realizou-se a 30 de novembro de 2007 contra a imposição de um aumento salarial de 2,1 por cento.

HYT.

***Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***

Lusa/Tudoben

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