Gripe A H1N1: Adesão à vacinação baixará estimativa da população afectada
Évora – A gripe A (H1N1) pode vir a atingir até quase um terço da população portuguesa, mas esta estimativa pode diminuir com uma adesão significativa das pessoas à campanha de vacinação em curso, alertaram ontem especialistas em Évora.
“Até 30 por cento da população portuguesa poderá vir a ser afectada pela Gripe A”, disse à agência Lusa a médica de família Filipa Mafra, que moderou um fórum sobre o novo vírus da gripe A (H1N1), no âmbito do 14.º Congresso Nacional de Medicina Familiar, a decorrer até esta terça-feira em Évora.
O debate “Gripe A – Como actuar em pandemia” contou com a participação da subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, e de Filipe Froes, pneumologista do Hospital Pulido Valente e consultor da Direcção-Geral da Saúde.
A moderadora do fórum, médica de família dos Serviços de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SAMS-SBSI), lembrou que as estimativas oficiais indicam que a gripe A poderá atingir “até cerca de três milhões de portugueses”.
“Esta é a expectativa da Direcção-Geral da Saúde, que foi ontem transmitida aos médicos de família que participam no congresso para que todos possamos sensibilizar a população para a campanha de vacinação em curso”, disse.
Segundo esta especialista, “quantas mais pessoas aderirem à vacinação, mais poderemos baixar esta estimativa”.
“O que se espera é que o pico da gripe A seja atingido em Portugal a partir do meio de Novembro, mas como conseguimos ter a vacina antes de atingir uma onda pandémica significativa, temos muitas possibilidades de ter uma evolução muito mais favorável”, frisou.
A evolução da gripe A em Portugal tem sido um dos temas em destaque no 14.º Congresso Nacional de Medicina Familiar, que começou domingo em Évora, com 560 participantes inscritos, entre médicos de família, jovens clínicos e internos de Medicina Geral e Familiar.
Neste segundo dia do evento, organizado pela Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral (APMCG), foi ainda abordada a motivação dos estudantes e dos jovens médicos para a escolha da especialidade de Medicina Geral e Familiar.
“É cada vez mais atractivo ser médico de família. Felizmente, a nova geração de médicos, e também aqueles que ainda estão a estudar nas faculdades, têm hoje uma visão diferente sobre a especialidade”, disse à agência Lusa o presidente da APMCG, João Sequeira Carlos.
Actualmente, disse, “há 800 médicos de família em formação e a tendência é para formar mil, além de que, nos próximos cinco anos, há condições para entrarem dois mil novos médicos de família nos centros de Saúde”.
RRL.
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