História: Almodôvar regressa ao passado para reviver 1/a metade do século XX
Charretes, ardinas, vendedores, engraxadores, sapateiros, fotógrafos e polícias “à moda antiga” vão “regressar” a Almodôvar, vila alentejana que vai reviver a primeira metade do século XX durante a primeira Feira da Memória, que começa sexta-feira. O regresso ao passado, promovido pelo município e integrado nas Jornadas Europeias do Património, vai decorrer até domingo, no mercado municipal, na Praça da República e ruas adjacentes, com recriações de vivências e personagens típicos da época, venda de produtos regionais e antiguidades, artesanato, exposições, jogos tradicionais e espectáculos de música. |
Além de “promover os produtos típicos do concelho”, como mel, medronho, pão, enchidos e queijos, a feira pretende “recuperar e valorizar o passado mais recente de Almodôvar”, sobretudo os finais do século XIX e a primeira metade do século XX, explicou hoje à agência Lusa a vereadora da cultura da autarquia, Sílvia Baptista. “Queremos mostrar aos mais novos e fazer lembrar aos mais velhos como era a vida e o concelho de Almodôvar na época”, acrescentou a autarca, explicando que no mercado municipal vão concentrar-se vendedores a apregoar “à moda antiga” e a vender produtos agro-alimentares.
Na rua do Arco vai vender-se artesanato e na Praça da República, onde irão decorrer os espectáculos musicais, vão estar poetas populares, vendedores de antiguidades e artesãos a trabalhar ao vivo.
Durante os três dias, os espaços da feira, através de recriações históricas a cargo da companhia de teatro “Viv’arte”, vão ser animados por várias personagens típicas da época, como ardinas, engraxadores, fotógrafos, polícias e sapateiros, na altura a profissão “mais afamada” no concelho, onde havia “mais de 60”.
Além de conviver com estes personagens, os visitantes da feira vão também poder passear de charrete, jogar jogos tradicionais e deliciarem-se com os pratos regionais nos restaurantes da vila.
No sábado, às 15:00, a autarquia vai inaugurar a “Sala da Memória” no Museu Severo Portela, um espaço que irá acolher exposições temporárias sobre a história do concelho de Almodôvar.
A exposição inaugural, que ficará patente ao público até meados de Dezembro, inclui um vídeo com 150 fotografias digitalizadas e dois painéis com 100 em papel, a mais antiga de 1858 e a mais recente de 1975, sobre pessoas, vivências, sítios e monumentos do concelho de Almodôvar.
Cerca de 60 das fotografias da exposição foram editadas pela autarquia no livro “Almodôvar – Memórias Photográficas”, que será lançado no sábado, após a inauguração da “Sala da Memória”.
No domingo, também às 15:00, será lançado o livro “Foral Manuelino de Almodôvar”, que inclui a tradução feita pelo professor João Alves da Costa do foral outorgado à vila de Almodôvar, por D. Manuel, em 1512.
O concerto do Ensemble Alpha Strela do Dia, sábado à noite, na Igreja Matriz de Santo Ildefonso, e actuações de grupos corais e de música tradicional, declamações de poetas populares, bailes e um espectáculo de viola campaniça e voz, Pedro Mestre e Ana Valadas, são as ofertas musicais da feira.
LL.
Lusa/Tudoben