Investigadores recuperam história do Litoral Alentejano desde a pré-história

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Arqueólogos, historiadores e estudiosos reúnem-se este fim-de-semana em Sines para recuperar a história do Litoral Alentejano, desde a pré-história à época contemporânea, num encontro de dois dias onde serão apresentadas mais de 20 comunicações.

    A vida e a presença de homens e mulheres entre a ponta de Tróia e a foz da Ribeira de Odeceixe, os seus trabalhos e as suas crenças, os poderes e as revoltas, as suas obras, a arte e os seus sonhos vão ser evocados durante o Encontro de História do Alentejo Litoral, sábado e domingo.

    A iniciativa é promovida pelo Centro Cultural Emmerico Nunes (CCEN) e decorre, no primeiro dia, em simultâneo em três pontos da zona histórica da cidade: antigos Correios, A Arca e instalações da colectividade.

    “O encontro vai acontecer em pleno centro histórico, entre a Praça Tomás Ribeiro e o Largo do Muro da Praia, virado para a baía, com todo o simbolismo que esse facto tem”, realçou João Madeira, presidente da direcção do CCEN.

    A ideia “antiga” de juntar “as pessoas que têm trabalhado ao nível da história local nesta zona” começou a tomar forma há alguns meses, quando o Centro abriu as inscrições para os interessados em apresentar comunicações.

    “Tivemos uma grande receptividade, o que é muito gratificante. Contamos mais de 20 comunicações, o que ultrapassou as nossas expectativas”, disse à Lusa o historiador.

    O propósito da organização é contribuir para “entrelaçar a memória histórica do passado com o presente, para pensar o futuro de modo mais consistente”.

    “Da Pré-história aos Romanos”, “Época Medieval: Período Islâmico e Cristão”, “Época Moderna”, “Época Contemporânea” e “Patrimónios” são os cinco painéis que constituem o encontro, abertos por conferencistas “de prestígio”, como Hermenegildo Fernandes, Fernando Rosas ou Luís Raposo.

    Nas comunicações apresentadas, serão abordados temas como o tempo de fundação da necrópole do Pessegueiro, a história de D. Vataça, a vereação sineense em finais de Setecentos, as fábricas de cortiça dos anos 40 e o turismo náutico no Sado.

    “Vamos ter uma história muito interessante sobre o naufrágio de uma nau de prata (“Nuestra Señora del Rosário”), carregada de riquezas, em 1589, ao largo de Melides, acompanhada de uma proposta para a sua detecção”, destacou João Madeira.

    Sábado à noite, o programa inclui um espectáculo musical, na Igreja Matriz, com a guitarra portuguesa de Rui Vinagre e a harpa céltica e voz de Ana Castanhito.

    Domingo, o encontro encerra com um passeio guiado pelo centro histórico de Sines, ao início da tarde.

   

    RE.

    Lusa/Tudoben

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