Media: Lusa encerra delegações em Faro, Évora e Coimbra, mantendo jornalistas
A agência Lusa vai encerrar ao longo deste ano as delegações do Algarve, Coimbra e Évora, mantendo ou reforçando os jornalistas que trabalham nesses locais, afirmou hoje o presidente do Conselho de Administração.
O objectivo principal desta medida é, segundo Afonso Camões, canalizar os actuais custos com as instalações naqueles locais para “mais jornalistas, mais meios e mais tecnologia” para noticiar a realidade das respectivas regiões.
Nos últimos anos a Lusa tem vindo a aumentar a distribuição de telemóveis, computadores portáteis, gravadores digitais e câmaras de vídeo por todos os correspondentes, tanto na rede interna como nos jornalistas no estrangeiro.
“É indiferente para um jornalista da Lusa trabalhar em casa ou deslocar-se para um local específico. Os jornalistas estão aptos a trabalhar em qualquer circunstância”, disse, acrescentando que a ideia é “generalizar o tele-trabalho”.
O presidente do Conselho de Administração respondia assim a um requerimento do deputado social-democrata Mendes Bota ao ministro dos Assuntos Parlamentares divulgado hoje.
No documento entregue na Assembleia da República, o deputado manifesta-se “preocupado com a possibilidade de encerramento da delegação da Agência Lusa, no Algarve” e também em Évora e Coimbra.
Mendes Bota sustenta que, “a acontecer, esta seria uma medida, eventualmente economicista, mas que mais reforçaria ainda o movimento centralista que tem concentrado em Lisboa os serviços públicos dependentes do Estado ou por ele tutelados. É difícil de acreditar que este abandono, que tem tanto de físico como de simbólico, esteja a ser equacionado”.
Afonso Camões garante que o deputado “não tem que se preocupar” porque, com esta medida, “a Lusa está a reforçar presença, nomeadamente no Algarve onde há mais um jornalista e mais meios” do que havia num passado recente.
Todos os jornalistas da Lusa já receberam formação multimédia, no âmbito de uma parceria com a Universidade do Porto, encontrando-se actualmente em curso acções de formação em escrita para TV e técnicas de edição. Durante o ano de 2010 a agência conta ter mais de 70 kits multimédia (câmara de vídeo/foto mais acessórios, gravadores digitais, computador portátil, telemóvel e placa 3G) distribuido pelos correspondentes.
“Vamos cumprir o contrato de serviço público com mais proximidade, mais jornalistas, mais meios e mais país”, afirmou.
No requerimento, Mendes Bota frisa ainda que o “Algarve tem sido, nos últimos anos, altamente penalizado com o encerramento de serviços, e o seu acantonamento fora da região, mais longe da realidade e da população da região”.
JRS
Lusa/Tudoben