Minas: MTO prevê retomar actividade em Aljustrel dentro de “seis meses”

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O presidente da MTO, proprietária da Pirites Alentejanas, da mina de Aljustrel, admitiu ontem retomar a actividade mineira dentro de seis meses, recuperando o mesmo número de postos de trabalho do complexo aquando da suspensão da laboração.

“Admitimos, daqui a seis meses, ter o mesmo número de postos de trabalho, a explorar minério ou a fazer trabalhos de galeria na mina”, disse Carlos Martins.

A MTO vai partilhar “por mais um mês” a gestão da mina de Aljustrel com a Lundin Mining, que vendeu o complexo, disse Carlos Martins, admitindo que, “se tudo correr bem”, a mina de Aljustrel poderá estar “a trabalhar daqui a seis meses”.

O presidente da MTO falava aos jornalistas, no complexo mineiro alentejano, depois de assinar com a Lundin Mining o contrato de compra e venda das acções da Pirites Alentejanas, concessionária da mina, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates.

“Acreditamos que as matérias-primas vão ser parte importante no futuro da economia a nível mundial. Tudo aquilo que é matéria-prima não renovável será, no futuro, de certeza, compensado. É essa a nossa aposta”, disse, quando questionado sobre as razões para a compra da mina.

Segundo Carlos Martins, “há dois anos”, este negócio não seria “possível”.

Agora, a MTO pretende apresentar uma candidatura junto da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para retomar o projecto [de reactivação da mina] de Aljustrel e, depois, candidatar também a abertura da mina do Gavião, no mesmo concelho.

“Vamos aproveitar este tempo, em que o minério está a preço muito baixo, para fazer o investimento na mina do Gavião, esperando que, nos próximos dois anos, haja um retomar do preço em alta das matérias-primas”, explicou.

Estimando que “os próximos dez anos sejam iguais aos últimos dez”, o responsável prevê que as duas minas, em conjunto, sejam “rentáveis”.

Carlos Martins escusou-se a avançar com o valor da compra da Pirites Alentejanas e garantiu que a única contrapartida que a MTO obteve do Estado foi “ter tido acesso, de modo facilitado, à concessão da mina do Gavião”.

“A MTO não tem nenhuma garantia de apoios do Estado”, acrescentou, explicando que os incentivos previstos e não aproveitados pela Lundin Mining, por esta não ter cumprido o contrato, “vão ser negociados com a MTO”.

“A MTO conta com o valor ou pensa renegociar parte do valor, em função daqueles que foram os critérios de avaliação do projecto que foi executado”, sublinhou.

Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, José Godinho, reconheceu o esforço do Governo para dar continuidade à exploração mineira no concelho, mostrando “plena confiança” na solução acordada.

“Tenho plena confiança de que estamos perante uma solução séria e de futuro, que irá garantir aquilo que Aljustrel há muito tempo anseia: a exploração dos recursos mineiros aqui existentes, de uma forma sustentada e sem sobressaltos”, vaticinou.

Já Jacinto Anacleto, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), mostrou-se satisfeito com a solução encontrada para a mina, referindo que a retoma da laboração “é sempre uma mais-valia para o concelho” e a criação de postos de trabalho “é sempre bem-vinda”.

Já quanto à previsão da MTO de retomar a actividade mineira em Aljustrel dentro de seis meses, o dirigente sindical considerou esse prazo como “muito tempo” e afiançou que o STIM “vai estar atento” ao desenrolar do processo.

LL/RRL.

Lusa/Tudoben

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