Moura/Agricultura: Ministério cria grupo de trabalho
Moura, Beja, 30 jan (Lusa) – O ministro da Agricultura, António Serrano, anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho que vai definir apoios à concentração de cooperativas agrícolas com o objetivo de prepará-las para competir no mercado global “altamente exigente”.
O grupo de trabalho vai “analisar a realidade” do setor cooperativo agrícola nacional e “definir um sistema de apoios à concentração de cooperativas agrícolas” através de instrumentos de financiamento, como o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), explicou António Serrano.
O ministro falava à agência Lusa em Moura, no Baixo Alentejo, durante uma visita à Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos.
Segundo António Serrano, em 2007 existiam em Portugal 905 cooperativas agrícolas, das quais, naquele ano, “apenas 35 atingiram volumes de negócios superiores a 10 milhões de euros”.
“Estamos confrontados com pequenas cooperativas dispersas por todo o país, muitas sem qualquer viabilidade económica”, frisou, alertando que “se não fizermos nada”, as cooperativas, que são “entidades históricas com um papel fundamental no desenvolvimento económico das regiões”, “vão morrer”.
“Estamos disponíveis para ajudar as cooperativas a concentrarem-se” e, desta forma, “evitar que muitas desapareçam”, disse António Serrano, explicando que o grupo “vai trabalhar com as cooperativas” mas “não se pode obrigar nenhuma a concentrar-se”.
“Mas temos a obrigação de lançar a ideia e de avançar com a proposta para o terreno”, salientou, apelando à “concentração de cooperativas, para que, mantendo a sua identidade, possam unir-se num projeto sustentado e ter viabilidade”.
De acordo com António Serrano, o relatório final do grupo de trabalho deverá ficar concluído 45 dias após a publicação em Diário da República do despacho que determina a criação do grupo e que assinou na passada quinta feira.
Segundo o despacho, ao qual a Lusa teve hoje acesso, “reestruturar, promover e redimensionar é provavelmente o único caminho que permitirá às cooperativas agrícolas recuperar o espaço que têm perdido, preparando-se para o mercado global altamente exigente em que têm que competir”.
O grupo de trabalho, refere o documento, vai definir “um quadro coerente e articulado de incentivos ao redimensionamento” do setor cooperativo nacional, através de “diversos instrumentos de política já existentes ou a criar”.
O sistema de incentivos à concentração de cooperativas, lê-se no documento, visa “promover a profissionalização, a organização para o mercado, a obtenção de economias de escala e a cooperação estratégica”.
O grupo de trabalho é constituído por seis representantes do Ministério da Agriculta, do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), da Agrocapital – Sociedade de Capital de Risco e da Agrogarante – Sociedade de Garantia Mútua.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
LL.
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