Odemira: Alunos de escola profissional em greve contra “falta de condições” de ensino
Odemira, Beja, 22 fev (Lusa) – Alunos da Escola Profissional de Odemira (Beja) estão hoje em greve às aulas em protesto contra a “falta de condições” de ensino e para exigir o “pagamento de subsídios em atraso” e recursos adequados aos cursos.
A greve, convocada pelo autodenominado Grupo Anónimo dos Direitos dos Estudantes da Escola Profissional de Odemira, começou às 09:40 e prolonga-se até às 17:15.
Durante a manhã, a adesão foi “muito boa” e fizeram greve “cerca de 200 dos 300 alunos que tinham aulas”, disse à agência Lusa um membro do grupo que pediu anonimato por “medo de represálias”.
Segundo o grupo, num comunicado enviado à Lusa, “os alunos exigem o pagamento de vários meses em atraso de subsídios que lhes são devidos, além do pagamento atempado futuramente”.
Os alunos, diz o grupo, contestam a “falta de recursos adequados aos cursos profissionais” ministrados na Escola Profissional de Odemira (EPO), gerida pela Fundação Odemira, e reclamam estúdios, oficinas, salas e materiais para as provas finais de aptidão profissional.
A EPO, denuncia o grupo, “tem negado material necessário para a realização das provas de aptidão profissional” realizadas no fim dos cursos profissionais e de educação e formação de adultos.
O grupo diz também que a EPO “ignora algumas das necessidades” dos alunos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que frequentam a escola, como “a sua alimentação aos fins de semana”, e reclama refeições naqueles dias para aqueles estudantes.
Os alunos contestam as “más condições” e exigem a melhoria do restaurante académico, uma sala de alunos, uma sede para a associação de estudantes e cacifos para os alunos “guardarem o material devidamente”.
“As salas das antigas instalações” da EPO, conhecidas como “escola velha”, “são extremamente gélidas” e “não possuem condições para o mínimo bem-estar dos alunos”, queixa-se o grupo, que reivindica a “melhoria das condições” daquelas salas.
Os estudantes queixam-se também da “constante alteração do corpo docente” e da vida escolar na EPO, onde “não há uma constância de regras”, o que, alega o grupo, “não são bons sinais nem estimulam os alunos”.
A Lusa tentou hoje sem sucesso falar com o diretor pedagógico da EPO, Paulo Correia Maeiro, que, através de uma funcionária da escola, informou que não iria prestar declarações.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben